Braga é hostilizado por suspeita de ‘lobby’ aos irmãos Batista em MP que pode aumentar a conta de luz

O senador Eduardo Braga (MDB-AM) foi hostilizado por homens na saída da reunião da Comissão Mista que analisava a Medida Provisória (MP 1304), que reformulou as diretrizes de composição de preço e gestão do setor energético brasileiro. O jornal O Estado de S. Paulo publicou que o relatório de Braga aprovado no texto da medida provisória representou um “presente de Natal antecipado” a empresários e lobistas do setor, como os irmãos Batista da J&F e Carlos Suarez, e deverá impactar na conta de luz ao consumidor com a inclusão de novo encargo.

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Pelo vídeo que vazou na quinta-feira, 30, a voz de um homem é ouvida abordando Eduardo Braga e afirmando que ele é “contra a geração [de energia] distribuída no Brasil”. O mesmo homem dispara contra Braga e diz que ele pode ser responsável pelo desemprego no segmento. “Milhões de brasileiros vão perder emprego por causa do senhor, senador”, diz o homem, aparentemente revoltado. Pelo vídeo, Braga responde três vezes que o homem “está mentindo”, mas não detalha.

No dia seguinte, o senador declarou que foi surpreendido pela ação de dois indivíduos, que se posicionavam contrários a trechos do relatório apresentado, e que já foram identificados e serão processados. “Essas pessoas agiram, lamentavelmente, não por interesse público, mas, sim, por interesses pecuniários”, afirmou o senador, na sessão do dia 30, quando teve o seu parecer aprovado pela Comissão Mista e, posteriormente, pelos plenários da Câmara e Senado, em votação relâmpago.

A Polícia Legislativa do Senado interveio e o incidente levou o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), a classificar o ato como “covarde” e estudar novas regras de acesso ao Congresso. “Eu nunca desrespeitei nenhum parlamentar, nunca desrespeitei nenhum jornalista e nunca desrespeitei nenhum lobista, e, lamentavelmente, esta Casa está cheia de lobistas disfarçados de outras profissões e pessoas, inclusive, contratadas por prefeituras, por empresas de setores, disfarçadas de outras profissões, para virem aqui agir, para tentar influenciar, de maneira pouco republicana, a votação dos deputados e dos denadores, das deputadas e das senadoras”, defendeu-se Braga.

Assista ao vídeo: