‘Braga tentou levar no grito meio bilhão de reais em emendas e não adiantou muito’, diz colunista

Braga é conhecido nos bastidores da política pela personalidade forte e, às vezes, áspera. (Guilherme Oliveira/Cenarium)

Bruno Pacheco – Da Revista Cenarium

MANAUS — O senador Eduardo Braga (MDB-AM) atacou e desrespeitou a ministra da Secretaria de Governo da Presidência da República, Flávia Arruda, por conta de R$ 500 milhões (meio bilhão de reais) em emendas parlamentares que foram negadas pelo Palácio do Planalto. Segundo a colunista Josette Goulart, do Radar Econômico, da revista Veja, o parlamentar tentou levar o recurso, literalmente, no grito.

Braga é conhecido nos bastidores da política pela personalidade forte e, às vezes, áspera. Segundo a colunista, fontes próximas ao Planalto relataram que o valor elevado de emendas tinha sido prometido pelo senador Davi Alcolumbre, que perdeu o poder sobre o orçamento das emendas de relator de 2021 para o ministro da Casa Civil, conforme decisão do senador-relator Marcio Bittar (MDB-AC).

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“O relator, senador Marcio Bittar, transferiu tal poder para o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, que cortou as asas de Eduardo Braga com um argumento fácil: o MDB não entregou votos neste ano. Pelo contrário, só dificultou a vida do presidente no Senado, em especial na CPI da Covid que tinha dois emedebistas, Renan Calheiros e Simone Tebet, como seus maiores críticos”, escreveu a colunista.

Os gritos

Os gritos e xingamentos foram ouvidos por Flávia Arruda durante um telefonema, segundo informações que foram reveladas, no domingo, 12 de dezembro, pela coluna do jornalista Lauro Jardim, no jornal O GLOBO. O senador profere palavras de baixo calão para a ministra, após ele ter as emendas parlamentares negadas. Até então, o valor das emendas não tinham sido reveladas.

Ainda de acordo com o jornalista Lauro Jardim, após ouvir as palavras truculentas do senador, a ministra não conteve as lágrimas e passou a ligação para que Ciro Nogueira, chefe da Casa Civil que acompanhava a cena ao lado de Flávia Arruda, tentasse contornar a situação.

Depois de ser atacada com gritos e palavrões pelo senador, Flávia Arruda se pronunciou sobre o assunto na segunda-feira, 13, afirmando que os gritos dirigidos pelo líder do MDB no Senado não a intimidam e são machistas.

“Gritos não me amedrontam. O episódio, infelizmente, demonstra que o machismo atrasado ainda resiste às mulheres que assumem posições relevantes na política brasileira. Vou continuar a interlocução com o Congresso com diálogo, serenidade e, sobretudo, com transparência”, disse a ministra.

Repercussão

O caso ganhou repercussão nacional. A Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados, representada pela Bancada Feminina, se manifestou, na segunda-feira, 13, contra as declarações de Eduardo Braga. Em nota, o grupo político disse que “o episódio demonstra que o machismo ainda persiste em relação às mulheres que assumem posições relevantes na política brasileira”.

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O governador Wilson Lima (PSC) também se pronunciou por meio das redes sociais e repudiou o ataque do senador Eduardo Braga à ministra Flávia Arruda. O chefe do Executivo Estadual disse, em uma publicação, que o povo do Amazonas não compactua com esse tipo de comportamento.

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“Minha solidariedade à ministra-chefe da Secretaria de Governo do Brasil, Flávia Arruda, que foi agredida por um senador conhecido por sua arrogância e brutalidade. Como lhe disse pelo telefone, o povo do Amazonas repudia esse tipo de comportamento. Aqui, esse tempo acabou”, escreveu o governador Wilson Lima.

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