Brasil e EUA marcam encontro de Lula e Trump para domingo, 26, na Malásia
Por: Cenarium*
22 de outubro de 2025
WASHINGTON E BRASÍLIA – Negociadores do Brasil e dos Estados Unidos agendaram para domingo, 26, na Malásia, o encontro entre o presidente Lula (PT) e Donald Trump. Os dois líderes viajarão ao País para participar da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean).
Lula embarcou na manhã desta terça rumo à Ásia. A cúpula será realizada de 26 a 28 de outubro, portanto, com uma margem pequena de datas. Diplomatas brasileiros adotam cautela sobre o assunto por não haver confirmação oficial da Casa Branca, mas as duas partes atuam para que a reunião ocorra.
Desde que Lula conversou brevemente com Trump durante encontro na Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), seus aliados defendem que uma reunião presencial entre os dois seja num terceiro país, como mostrou a Folha.
A preocupação entre diplomatas e integrantes do Palácio do Planalto é não expor o presidente desnecessariamente. e existe uma preocupação de que isso possa acontecer se o encontro for no Salão Oval da Casa Branca. Trump já teve atritos com presidentes diante das câmeras no local.
Não está claro se os governos teriam algum anúncio a ser feito em relação à redução das tarifas, já que as negociações mais sérias a respeito das sobretaxas acabaram de começar.
A largada das tratativas foi dada na semana passada, em reunião entre o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, e o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio. Foi o primeiro encontro dos chefes da diplomacia dos países desde que Trump e Lula conversaram.
Embora não haja uma decisão imediata pela diminuição das sobretaxas de 50% impostas pelos EUA, a conversa foi considerada boa por indicar a disposição dos dois lados para um acordo.
Após o encontro, ambos os governos falaram que as conversas foram positivas em um comunicado conjunto, sinalizando sintonia e concordância no relato dos dois governos. A percepção também foi compartilhada nos bastidores por membros da ala comercial de Trump, segundo relatou um interlocutor americano à Folha.
Em declaração divulgada naquele dia, o representante do Comércio dos EUA, Jamieson Greer, Rubio e Vieira afirmaram que houve “conversas muito positivas sobre comércio e questões bilaterais em andamento”.
O comunicado não atrela as sobretaxas a decisões do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e à condenação de Jair Bolsonaro (PL), como já fizeram Rubio e Greer anteriormente ao tratar do tema. Para integrantes do governo brasileiro, isso é mais um sinal de que há uma orientação para que se avance em acordos comerciais, a despeito de questões políticas.