Brasil tem janela de oportunidade para conter coronavírus, diz diretor-executivo da OMS

Para Mike Ryan, diretor da entidade, país deve aproveitar platô de contágio para retomar controle da epidemia

Da Revista Cenarium*

MANAUS – O platô que a epidemia de coronavírus atingiu no Brasil é uma janela de oportunidade para tentar dominar o contágio, afirmou nesta sexta-feira, 17, o diretor-executivo da Organização Mundial da Saúde (OMS), Michael Ryan.

Segundo ele, é um erro acreditar que, só porque a infecção parou de crescer de forma exponencial, ela vai recuar sozinha: “Em vários países do mundo, inclusive o Brasil, o vírus está no controle, é o vírus que dá as cartas. É preciso recuperar esse controle”.

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O diretor da entidade também afirmou que “os profissionais de saúde estão pagando muito caro pela epidemia” no Brasil —são funcionários da saúde cerca de 10% das quase 77 mil mortes por Covid-19 já registradas no país.

Segundo a OMS, a taxa de transmissão no país chegou a 2 em abril, e agora varia de acordo com a região, entre 0,5 e 1,5. A faixa vai ao encontro do cálculo feito nesta semana pelo Imperial College, que aponta uma taxa média para o país de 1,03.

Média de contaminação

O número indica para quantas pessoas, em média, cada contaminado transmite o coronavírus. Uma taxa de transmissão acima de 1 significa que o contágio está acelerando e a epidemia está fora de controle. O Brasil está há 12 semanas com o indicador acima de 1.

Sem mencionar especificamente o Brasil, o diretor da OMS citou o presidente sul-africano Nelson Mandela (1918-2013), que faria aniversário neste sábado (18). “Vale a pena lembrar o frase: ‘Não me julgue pelos meus sucessos, julgue-me por quantas vezes eu caí e consegui me reerguer’. Acho que é onde estamos agora em vários países”, disse ele.

Ryan repetiu que a epidemia pode ser controlada se governo e população adotarem um conjunto de medidas básicas, como usar máscaras, evitar aglomerações, manter distância de ao menos 1,5 metro dos outros, proteger o rosto ao tossir e espirrar e lavar as mãos com frequência.

“Governos precisam comunicar os riscos de forma cuidadosa e trabalhar para que os lugares estejam seguros. Cabe a cada um de nós também avaliar nosso risco e tomar as decisões corretas”, disse o diretor.

(*) Com informações da Folha

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