Brasileiras vítimas de violência doméstica em Londres se refugiam em ONGs e consulado


12 de dezembro de 2024
Brasileiras vítimas de violência doméstica em Londres se refugiam em ONGs e consulado
Dados do governo brasileiro mostram que 188 casos desse tipo de crime foram cometidos contra brasileiras no País, em 2024 (Reprodução/Defensoria Pública do Rio de Janeiro)

LONDRES (INGLATERRA) – “Eu sofri calada por três anos, ele me bateu a gravidez inteira“, conta a brasileira Lorenia Alvarenga, 40, sobre o período em que sofreu violência doméstica nas mãos do parceiro, logo depois de se mudar para Londres, em 2003.

Ela lembra que o ex-companheiro, também imigrante brasileiro, atuava como seu tradutor e a impedia de ficar sozinha em ambientes que considerava de risco para que ela o denunciasse, como o consultório médico durante o pré-natal. “Eu só consegui denunciar ele depois que eu aprendi a língua“, diz ela.

Hoje, Lorenia é presidente da organização evangélica Sons and Daughters of the King (filhos e filhas do rei, em inglês), que ajuda mulheres brasileiras imigrantes vítimas de violência doméstica no Reino Unido. “Como sobrevivente, eu conheço as barreiras que elas estão enfrentando: não saber a língua, não entender como o sistema funciona“, afirma ela.

Dados do governo brasileiro mostram que 188 casos desse tipo de crime foram cometidos contra brasileiras no País em 2024, o terceiro com maior incidência de casos. O número pode ser maior, porque muitas mulheres têm medo de denunciar.

Parte do medo está relacionada à situação migratória, já que as vítimas podem não ter situação regular no país e têm medo de ser deportadas. Vivem no Reino Unido cerca de 200 mil brasileiros regularizados, mas não há contabilidade daqueles que estão no país sem documentação em dia.

Nós não temos nenhuma obrigação de reportar status migratório e não é para isto que estamos aqui“, afirma Juliana Rondon, diretora de planejamento e estratégia da ONG Respeito.

Com sede no sul de Londres, em uma área conhecida como Little Portugal (pequeno Portugal, em inglês), a Respeito atua dando suporte a mulheres lusófonas que estejam fugindo de uma situação violenta.

O consulado brasileiro também afirma que a ajuda independe de situação migratória. Desde 2023, a instituição conta com o Espaço da Mulher Brasileira (Emub), que dá auxílio e orientação às vítimas. O projeto existe também nos consulados ou embaixadas de Roma, Nova York, Boston, Miami, Buenos Aires, Madri e Beirute.

O auxílio vai desde ajudá-las com tradução, para que entendam uma audiência ou documento, até projetos para estimular o empreendedorismo e a independência financeira. Às vezes, faltam às vítimas informações básicas sobre o sistema legal inglês.

Leia a matéria na íntegra neste link.

(*) Com informações da Folhapress

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