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Varíola dos macacos: brasileiro infectado passa bem e tem poucos sintomas, diz clínica alemã
Vírus da varíola dos macacos: variante da África Ocidental é menos contagiosa e mais branda que a da África Central - (Cynthia S. Goldsmith/Russell Regner/CDC/AP/dpa/picture alliance)
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22 de maio de 2022
Com informações da Folha de S.Paulo
ALEMANHA – O brasileiro, de 26 anos, que é o primeiro infectado pela varíola dos macacos registrado na Alemanha passa bem, segundo o hospital em Munique onde ele está internado. “O paciente continua bem, ele tem relativamente poucos sintomas”, disse o médico chefe do setor de infectologia da München Klinik Schwabing, Clemens Wendtner, segundo reportagem publicada neste domingo, 22, pelo jornal TZ. “Ele tem lesões de pele em vários lugares, mas não está com febre e não sofre de falta de ar”, afirmou o especialista.
O rapaz está acomodado em um quarto individual, em isolamento. “No quarto do paciente, a pressão é negativa, de modo que nenhum ar pode escapar para o exterior de forma descontrolada. O ar de exaustão também é filtrado por um sistema de filtro à prova de vírus”, disse o médico à publicação.
As autoridades sanitárias do Estado da Baviera informaram no sábado, 21, que o brasileiro está com a variante de vírus da África Ocidental, considerada mais branda.
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Apenas na sexta-feira, 20, o caso foi tornado público. O rapaz chegou ao País após viagem com origem em Portugal, passando pela Espanha. Ele estava há uma semana em Munique, no sul da Alemanha, aonde chegou depois de passar por Düsseldorf e Frankfurt.
Mais dois casos em Berlim
As autoridades municipais em Berlim confirmaram neste sábado, 21, dois casos na capital alemã. As autoridades sanitárias regionais disseram que uma análise está em andamento para apurar se os casos detectados na cidade são da cepa do vírus originária da África Ocidental ou da África Central.
De acordo com o Instituto Robert Koch (RKI), agência governamental alemã para controle e prevenção de doenças infecciosas, as variantes do vírus de varíola dos macacos da África Central são significativamente mais contagiosas do que as variantes da África Ocidental.
O governo regional berlinense anunciou que a condição dos infectados é “estável”, mas ressaltou ser possível “que novas infecções sejam registradas nos próximos dias”.
Dinâmica é “incomum”
O infectologista do hospital universitário berlinense Charité, Leif Erik Sander, alerta que o atual surto de varíola dos macacos deve ser levado muito a sério porque a dinâmica é “incomum”.
Segundo o especialista, as cadeias de infecções e vias de transmissão devem ser melhor investigadas e efetivamente interrompidas. “Até agora, observamos um aumento desproporcional de infecções por varíola dos macacos entre os homens, especialmente após o contato sexual com outros homens”, explicou Sander. “Como a infecção é transmitida por contato próximo com a pele e possivelmente também por contato com membranas mucosas e gotículas, atualmente recomendo cautela especial e evitar contato próximo e desprotegido com pessoas desconhecidas”, afirmou.
Casos em Suíça e Israel
Também neste sábado, 21, a Suíça confirmou seu primeiro caso, no cantão de Berna. O paciente aparentemente entrou em contato com o vírus no exterior, segundo as autoridades regionais de saúde.
Em Israel, a primeira infecção foi detectada em um homem de 30 anos que retornou recentemente da Europa Ocidental com sintomas da doença, informou um hospital de Tel Aviv, no que aparentemente é o primeiro caso identificado no Oriente Médio. As autoridades de saúde gregas relataram um caso suspeito em um turista inglês.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) identificou até este sábado, 21, cerca de 90 casos globalmente, e cerca de 30 casos suspeitos.
Casos da doença relacionada à varíola haviam sido detectados anteriormente apenas entre as pessoas com laços com África Central e Ocidental.
Nos últimos dias foram relatadas infecções também no Reino Unido, Espanha, Portugal, Itália, EUA, Suécia e Canadá, principalmente em homens jovens que não haviam viajado anteriormente para a África. França, Bélgica e Austrália também identificaram casos.
OMS pede medidas de combate
A OMS afirmou na noite deste sábado, 21, serem necessárias uma série de medidas para combater a propagação da varíola dos macacos. “A identificação de casos confirmados e suspeitos de varíola dos macacos em vários países sem histórico de viagens para uma área endêmica é atípica, portanto, há uma necessidade urgente de aumentar a conscientização sobre a varíola dos macacos e realizar abrangentes buscas e isolamento de casos”, disse a organização da ONU em Genebra.
De acordo com a OMS, os casos que foram notificados até agora em Europa, América do Norte e Austrália afetaram principalmente homens que tiveram relações sexuais com parceiros do mesmo sexo e que visitaram instalações médicas.
No entanto, devido à situação de observação ainda limitada, é muito provável que surjam casos em outros grupos populacionais e países.
O presidente dos EUA, Joe Biden, afirmou neste domingo, 22, que o surto de varíola dos macacos é algo que “todo mundo deveria se preocupar”. Em viagem à Ásia, o chefe de governo americano também afirmou que autoridades de saúde dos Estados Unidos estão investigando possíveis tratamentos e vacinas.
O vírus da varíola geralmente causa sintomas leves, como erupção cutânea, febre e pústulas, mas o desenvolvimento também pode ser grave. Do ponto de vista da OMS, restrições de viagem ou cancelamentos de eventos nos países afetados não são necessários no momento. Embora a organização tenha apontado que as infecções podem ocorrer em eventos de massa, também enfatizou que as medidas de precaução contra a Covid-19 também são eficazes contra a varíola dos macacos.
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