Brasília encerra comemorações pelos 65 anos de fundação no Planalto Central


Por: Ana Cláudio Leocádio

21 de abril de 2025
Brasília encerra comemorações pelos 65 anos de fundação no Planalto Central
Congresso Nacional, em Brasília que celebra 65 anos nesta segunda-feira, 21 (Créditos: Ana Cláudia Leocádio/CENARIUM)

BRASÍLIA (DF) – Com o tema “O Melhor Tempo é Agora”, Brasília encerra hoje as comemorações pelo aniversário de 65 anos da fundação da capital do Brasil, no Planalto Central, inaugurada pelo então presidente Juscelino Kubitschek, no dia 21 de abril de 1960. Foi ele o idealizador da mudança da sede administrativa do poder, do Rio de Janeiro para o interior do País.

Este ano, o Governo do Distrito Federal (GDF) organizou uma programação gratuita de três dias, com shows musicais e atrações culturais, na Esplanada dos Ministérios, via que concentra os prédios administrativos dos três poderes, e que é palco de manifestações populares.

O tema escolhido para esses 65 aos, segundo o GDF, busca valorizar a diversidade cultural da cidade, fortalecer o sentimento de pertencimento dos brasilienses e oferecer atrações para todos os públicos no Planalto.

A programação teve início, no último sábado, 19, e termina nesta segunda-feira, dia do aniversário, com o show dos artistas Zé Neto e Cristiano, num palco que já recebeu nomes da Música Popular Brasileira e do Distrito Federal, além de cantores do segmento gospel.

Uma exposição fotográfica “Brasília, ontem e hoje” também foi inaugurada no Museu de Artes de Brasília (MAB), que narra a história da capital deste a sua construção até os dias de hoje, com destaque para a arquitetura modernista, em linhas retas e curvas, seus cobogós e edifícios de concreto aparente.

O arquiteto Oscar Niemayer foi o responsável pelos prédios icônicos da cidade, como os palácios da Alvorada, residência oficial do presidente, e do Planalto, sede do Poder Executivo; o Palácio da Justiça, sede do Supremo Tribunal Federal (STF); e do Congresso Nacional, sede do Poder Legislativo.

Coube ao arquiteto Lúcio Costa, que ganhou o concurso promovido na época, projetar todo o projeto urbanístico da capital federal, em forma de cruz, que lembra a forma de um avião, onde as asas Norte e Sul, concentram a maior parte das moradias do plano piloto, e o “bico” da aeronave, abriga a sede dos Três Poderes.

A ideia de mudar a capital

De acordo com publicação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a ideia de criação de Brasília nasceu ainda no século 19, quando José Bonifácio de Andrada e Silva, conhecido como o Patriarca da Independência, propôs, em 1823, a criação de uma capital no interior do país, e sugeriu o nome Brasília. A ideia era ficar longe dos portos em nome da segurança nacional.

A vocação mística de Brasília se inicia quando é incorporada à sua história o sonho de Dom Bosco. O Santo Italiano sonhou com uma depressão bastante larga e comprida, partindo de um ponto onde se formava um grande lago, entre os paralelos 15º e 20º, e que repetidamente uma voz lhe dizia que ‘…quando vierem escavar as minas ocultas, no meio destas montanhas, surgirá aqui a terra prometida, vertendo leite e mel. Será uma riqueza inconcebível…”, diz o IBGE.

Foi criada a Comissão Exploradora do Planalto Central do Brasil, liderada por Luiz Cruls, que deu início aos estudos a partir de 1992. O resultado do levantamento ficou pronto em 1894 e foi entregue já ao governo republicano, uma vez que a monarquia caiu em 1889.

O Plano Piloto foi projetado pelo arquiteto Lúcio Costa (Divulgação)

Apenas em 1955 foi delimitado um quadrilátero de 50 mil quilômetros quadrados, que formam o Distrito Federal, conhecido carinhosamente como o “quadradinho”, e que tem Brasília como capital. As obras tiveram início em 1956, sob o comando do então presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira, e a força de trabalho dos candangos, primeiros moradores da capital, que se mudaram para trabalhar na construção da nova sede do poder.

Após 4 anos, foi inaugurada a estrutura básica da cidade, que atualmente abriga 2,8 milhões de habitantes, segundo o Censo 2022 do IBGE, e figura no ranking das cidades brasileiras com melhor qualidade de vida do país. Apesar disso, a cidade enfrenta desafios como desigualdade salarial entre gêneros e raças, além de disparidades na renda entre diferentes regiões administrativas, segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em 2024.

O conjunto arquitetônico e urbanístico de Brasília foi tombado pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) como Patrimônio Cultural da Humanidade, no dia 7 de dezembro de 1987. Em 14 de março de 1990, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) tombou o conjunto urbanístico da capital federal. O tombamento é importante para assegurar a preservação das características artísticas, culturais e arquitetônicas da cidade.

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Editado por Izaías Godinho

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