‘Brigava pela guarda dos filhos’, diz familiar de vítima de feminicídio

MANAUS (AM) – O tio da assistente de marketing Nariane Caresto Garcia Sena, identificado como Risley Caresto, disse à CENARIUM que a mulher de 24 anos lutava na Justiça para reaver a guarda dos filhos dela, de um e três anos de idade. Nariany foi assassinada neste sábado, 30, no bairro Petrópolis, na Zona Sul de Manaus, e o principal suspeito do crime é o ex-companheiro e pai dos filhos dela Rosinaldo Kennedy Luz César. Ele foi preso nesta manhã.

Risley afirmou que a vítima tinha uma medida protetiva ativa contra o ex-companheiro. Na semana passada, Rosinaldo chegou a ameaçar Nariane por meio de um áudio enviado à ela via aplicativo de mensagens. De acordo com o familiar, o suspeito “mandou áudio ameaçando ela de morte e dizendo que mataria toda a família dela também”.

O conteúdo foi registrado no celular da vítima, que está em posse das autoridades responsáveis pela investigação do caso. O tio da vítima também destacou que as crianças eram usadas pelo suspeito “para chantagear” a mulher, porque “ele não aceitava o fim da relação”. Como forma de puni-la, Rosinaldo “tomou à força os filhos dela”.

De acordo com Risley, Nariane desapareceu ainda nessa sexta-feira, 29, após sair do trabalho. A vítima comunicou uma amiga que iria jantar e, em seguida, sumiu. Ela teria ido visitar os filhos, que moram na casa do suspeito com a avó paterna, no bairro Petrópolis, na capital amazonense. Apesar da medida protetiva, ela visitava os filhos com frequência, segundo relatos.

O tio da mulher assassinada pontuou que ela sempre trabalhou e chegou a sustentar o suspeito que, segundo Risley, tinha dívidas com agiotas. Ainda conforme o familiar, Nariane sonhava estudar e amava os filhos. “Ela sempre trabalhou, tinha dois empregos para manter ele [Rosinaldo] e os filhos. Ela paga cinco empréstimos com agiotas que ele devia. Amava acima de tudo os filhos”, disse.

A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) afirmou que as equipes policiais estão empenhadas na apuração detalhada do caso. “Mais informações serão disponibilizadas no relatório do Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops)”, disse a instituição em nota.

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