Café produzido em Rondônia é o primeiro do mundo a receber ‘Selo de Indicação Geográfica’

Este café especial é responsável 6,3% do Valor Bruto de Produção do Estado, equivalente a R$ 3 bilhões. (Reprodução/ Rural centro)
Iury Lima – Da Revista Cenarium

VILHENA (RO) – O café que já conquistou paladares no Brasil e mundo afora conta agora com mais chances de acesso a novos mercados, com a entrega do Selo de Indicação Geográfica com Denominação de Origem (Sigdo), feita pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi), que aconteceu nessa terça-feira, 1º de junho. O título é destinado às espécies do Café Canéfora (Coffea Canephora), cultivadas de forma sustentável na Região das Matas de Rondônia. 

Ao todo, 15 municípios fazem parte da área reconhecida pela qualidade da produção. A IG acontece devido à finalização de um estudo, iniciado em 2018, depois que a Associação dos Cafeicultores da Região das Matas de Rondônia (Caferon) fez a solicitação do selo, que é utilizado para determinar a origem de produtos e serviços, além de evidenciar alguma característica exclusiva. No caso de Rondônia, o selo deve valorizar a qualidade, principalmente, do Café Robusta Amazônico, derivado do Canéfora, além de garantir que o produto final não seja cultivado em nenhum outro lugar do mundo.

Região das Matas de Rondônia abrange 15 municípios agora contemplados com o Selo de Indicação Geográfica para os Robustas Amazônicos. (Reprodução/Governo de Rondônia)

Destaque econômico

Rondônia é o quinto Estado do Brasil em cafeicultura, mas pontua bem melhor, na segunda posição, quando o assunto é o cultivo de espécies do canéfora, o que também o coloca em primeiro lugar no Norte do País, sendo responsável por 97% de todo o café plantado e colhido na Região, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Essa cultura representa, entre os principais produtos agropecuários do Estado, 6,3% de todo o Valor Bruto de Produção, o equivalente a R$ 3 bilhões por ano. Por isso, o governo estadual avalia que o selo deve aumentar ainda mais a riqueza gerada por este café especial, que sozinho, representa 60% de toda a produção das Matas de Rondônia e 80% de todo o cultivo do Estado.

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Matas de Rondônia

Parte de uma lavoura com mais de 22 mil pés de café, localizada na zona rural de Cacoal, a “Capital do Café”, no Estado, cidade integrante das Matas de Rondônia. (Reprodução/TV Cultura)

Quando um produto agrícola recebe uma IG, considera-se o clima, solo, genética e aspectos culturais da população envolvida no processo produtivo. O selo reconhece a Região das Matas de Rondônia como o berço dos Robustas Amazônicos, apontando que todos os elementos característicos destes cafés são indissociáveis de seu local de origem. São fatores que a Caferon valoriza, por meio da participação de pequenos e grandes produtores, agricultura familiar e aldeias indígenas em toda a cadeia produtiva.

A IG garante que os cafeicultores da região poderão usar o título “Robustas Amazônicos” como marca própria. São quase 10 mil produtores beneficiados, espalhados entre as cidades de Alta Floresta D’Oeste, Alto Alegre dos Parecis, Alvorada D’Oeste, Cacoal, Castanheiras, Espigão D’Oeste, Ministro Andreazza, Nova Brasilândia D’Oeste, Novo Horizonte do Oeste, Primavera de Rondônia, Rolim de Moura, Santa Luzia D’Oeste, São Felipe D’Oeste, São Miguel do Guaporé e Seringueiras.

Hoje, a cafeicultura das Matas de Rondônia tem impacto na vida de 300 mil pessoas. A região ocupa 17% da população e do território do Estado, além de ser o lar de um dos maiores parques cafeeiros do Brasil, empregando mais de 50% do total de 54.381 pessoas empregadas pela produção de café, em Rondônia.

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