Câmara adia votação da PL das Fake News após pedido de relator


02 de maio de 2023
Câmara adia votação da PL das Fake News após pedido de relator
Deputado Orlando Silva é o relator da matéria e pediu adiamento (Lula Marques/Agência Brasil)
Da Revista Cenarium*

BRASÍLIA – O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), adiou nesta terça-feira, 2, a votação do PL das Fake News, numa tentativa de evitar a primeira derrota da articulação política do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

No início da sessão, o relator do PL das Fake News, deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), pediu a retirada de pauta do texto, sob argumento de que recebeu várias propostas para serem incluídas. Segundo ele, “mesmo após todos os encontros e ouvindo todas as bancadas”, não houve tempo útil para examinar todas as sugestões.

O deputado então pediu a Lira mais tempo para incorporar as sugestões feitas, “de modo que possamos ter uma posição que unifique o plenário da Câmara dos Deputados num movimento de combater desinformação, garantir liberdade de expressão, responsabilidade para as plataformas e transparência na internet”.

Lira, em resposta, disse que queria ouvir os líderes partidários e lembrou que colocar ou não o projeto em pauta é prerrogativa do presidente da Câmara. “Eu estou sendo justo com o País, não com radicalismos”, disse.

Pouco depois, Lira pediu a líderes partidários que opinassem sobre o pedido do relator. Líder do PP na Câmara, André Fufuca (MA) concordou com a retirada de pauta. “Eu gostaria, pela boa-fé e bom entendimento, que pudéssemos adiar essa votação e retirar de pauta a matéria para que todos possam construir uma matéria com ampla maioria. Que todos tenham certeza que estão votando no que é melhor não apenas ao parlamento, mas ao Brasil”, disse.

Líder do PL na Câmara, Altineu Côrtes (RJ) se manifestou de forma divergente e cobrou que o texto fosse votado nesta terça-feira ou que já tivesse outra data para a votação. A bancada do Novo também pediu que a proposta fosse apreciada nesta sessão.

Lira, no entanto, acatou o pedido da maioria dos partidos e decidiu retirar o projeto de pauta. “O pedido do relator para mim já é suficiente”, disse. “Portanto, de ofício, o projeto não será votado na noite de hoje”.

Mais cedo, o presidente da Câmara já havia sinalizado que, se não houvesse apoio suficiente, postergaria a votação. “Se não tiver voto, meu intuito é que não vote hoje”, afirmou, ao chegar à Câmara no final de tarde desta terça-feira.

O adiamento ocorre após pressão das chamadas big techs, da bancada evangélica e do bolsonarismo, que apelidaram o texto de “PL da Censura”. Questionado sobre se o adiamento poderia enterrar a proposta, Lira negou. “O que enterra é a derrota. A derrota enterra”.

A urgência da proposta foi aprovada na última terça-feira, 25, por 238 votos a favor e 192 contrários. Acordo feito por líderes partidários previa a votação do mérito nesta terça. Ao longo da semana, no entanto, o projeto começou a enfrentar resistência crescente.

(*) Com informações da Folhapress

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