Câmara aprova PEC que amplia teto por um ano para Bolsa Família


21 de dezembro de 2022
Câmara aprova PEC que amplia teto por um ano para Bolsa Família
Depois disso, se aprovada, a PEC é promulgada pelo Congresso Nacional, sem passar pelo presidente da República (Pablo Valadares/Câmara dos Deputados)
Da Revista Cenarium*

BRASÍLIA – O placar de votação do texto-base foi de 331 votos contra 163 — eram necessários 308 votos para a aprovação do texto que amplia o teto de gastos para pagar, no ano que vem, as parcelas de R$ 600 do Bolsa Família, com adicional de R$ 150 por criança de até 6 anos. Como a proposta originária do Senado foi alterada pelo relator, deputado Elmar Nascimento (União-BA), ela passará mais uma vez por análise dos senadores. A nova votação deve ocorrer ainda nesta quarta, 21.

Depois disso, se aprovada, a PEC é promulgada pelo Congresso Nacional, sem passar pelo presidente da República. Quais foram as alterações feitas pela Câmara? O prazo de validade da medida para um ano – o texto aprovado no Senado previa dois. O plenário acatou um destaque do Projeto de Lei (PL) que retira a citação expressa da “equipe de transição” do novo governo como fonte indicadora de solicitações de recursos.

O projeto ainda redistribui os R$ 19,4 bilhões das emendas de relator, conhecidas como orçamento secreto. O texto também abre brecha para que parte do valor fique nas mãos do relator, o senador Marcelo Castro (MDB-PI).

Como foi a votação na Câmara?

Na noite desta quarta-feira, 21, deputados aprovaram o texto-base em primeiro turno, por 331 votos favoráveis contra 168. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), suspendeu a sessão no fim da noite de terça, antes da análise do destaque apresentado pela bancada do Novo, que criava barreira para o governo eleito mudar regra fiscal em 2023.

O que dizia o destaque?

Retira da PEC o trecho que permite que o novo governo envie até 31 de agosto de 2023 uma proposta de nova âncora fiscal para alterar o teto de gastos por lei complementar. Ou seja, sem a necessidade de uma PEC. Na prática, a alteração exige maior apoio político a Lula no ano que vem.

Um projeto de lei complementar precisa de 257 votos dos 513 deputados e 41 votos dos 81 senadores. Se for por meio de PEC, é necessário o apoio de 308 deputados e 49 senadores, em uma votação de dois turnos, tanto na Câmara, quanto no Senado.

O que diz a PEC aprovada?

Flexibiliza em R$ 145 bilhões o teto de gastos até 2023.

Libera R$ 23 bilhões para investimentos fora do teto, se houver arrecadação de receitas extraordinárias.

As emendas para atender as solicitações das comissões permanentes deverão ser apresentadas pelo relator-geral do Orçamento 2023, senador Marcelo Castro (MDB-PI).

O Governo Lula fica obrigado a enviar, até agosto de 2023, uma proposta para substituir ou alterar a regra do teto de gastos.

O auxílio-gás integra o rol de programas que ficam dispensados de cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

Como ficou a divisão das emendas do orçamento secreto?

O valor de R$ 19,4 bilhões era previsto para o ano que vem, mas foi considerado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Com isso, a PEC realocou os recursos da seguinte maneira:

Aumenta o limite para emendas individuais impositivas (de pagamento obrigatório) para 2% da Receita Corrente Líquida, para realocar R$ 9,85 bilhões do orçamento secreto. Esses 2% serão divididos em 1,55% do valor para deputados e 0,45% para senadores. Aumenta as emendas de ministérios no valor de R$ 9,85 bilhões no ano que vem, mas caberá ao relator do orçamento fazer as indicações.

(*) Com informações do UOL

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