Câmara dos Deputados aprova projeto de lei que restringe saídas temporárias de presídios


03 de agosto de 2022
Câmara dos Deputados aprova projeto de lei que restringe saídas temporárias de presídios
A proposta restringe também o tempo de saída temporária para um período de sete dias por ano (Gláucio Dettmar/CNJ)
Com informações do Infoglobo

BRASÍLIA – A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira, 3, por 311 votos a favor, 98 contra e uma abstenção, o projeto de lei que torna mais rígidas as saídas temporárias de presos durante feriados. A medida é prevista para detentos em regime semiaberto, quando são autorizados a sair durante o dia e retornar ao presídio à noite.

De autoria da senadora Ana Amélia, do PP do Rio Grande do Sul, o projeto, de 2013, altera a Lei de Execução Penal que, hoje, prevê o benefício que permite a saída do preso por tempo determinado para visitar a família, participar de cursos e outras atividades que o ajudem a se reintegrar à sociedade.

Atualmente, o benefício é garantido a reincidentes que já tenham cumprido um quarto da pena. Pelo projeto aprovado nesta quarta-feira, a autorização para a saída que, geralmente, acontece durante feriados, só será concedida a réus primários.

A proposta restringe também o tempo de saída temporária para um período de sete dias por ano. Hoje, a lei permite a renovação desse período de uma semana por quatro vezes ao ano.

Após a aprovação, na Câmara, o projeto será encaminhado para apreciação do Senado. Os partidos da base do governo orientaram as bancadas para a aprovação do projeto, enquanto os partidos da oposição optaram pela rejeição do texto.

“Os presos que saem nessas saidinhas, saem para cometer crimes”, disse o deputado Neucimar Fraga, do PP do Espírito Santo. “Vimos filhos que mataram pai e mãe saindo da prisão no dia dos pais. Bandido tem que ser tratado como bandido e não como vítima da sociedade”, afirmou Joyce Hasselman, do PADB de São Paulo.

Para deputados da oposição, o projeto tem potencial de prejudicar a ressocialização de presos e contribuir com o aumento da violência no País. “Esse projeto aumenta índices de violência quando impede que no semiaberto a pessoa possa estudar e trabalhar”, declarou Glauber Braga, do PSOL do Rio de Janeiro.

“É uma demagogia penal o que está aqui. Esta Casa está tirando a possibilidade da reintegração desses presos. Olhem as estatísticas, são 4% os que não voltam depois da saída. A lei fala em ressocialização”, disse Érika Kokay, do PT do Distrito Federal.

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