Campanha de Cidade é alvo de fake news com disparo em massa

MANAUS (AM) – O candidato à Prefeitura de Manaus, deputado estadual Roberto Cidade (União Brasil), tornou-se alvo de robôs com disparos de mensagens em massa de fake news praticados por adversários na reta final da campanha eleitoral para o primeiro turno, na manhã desta quinta-feira, 26.

A prática ilegal, vedada pela Legislação Eleitoral, acontece após Roberto Cidade apresentar uma ascensão nas intenções de votos, conforme pesquisa eleitoral divulgada ontem, 25, pela empresa 100% Cidades em parceria com a Futura Inteligência, registada sob o número AM-08625/2024, no Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM). 

Segundo apurou a CENARIUM, as acusações são as mesmas feitas em vídeo da campanha da adversária de Cidade, Maria do Carmo Seffair (Novo), candidata à vice-prefeita de Manaus na chapa de Alberto Neto (PL). No perfil perfil pessoal do Instagram, a empresária cita contratos governamentais de respiradores e aluguel de viaturas, as mesmas informações das mensagens disparadas por robôs contra Roberto Cidade.

As mensagens são enviadas por números com código internacional 91, pertencente aÍndia. Nelas, constam a expressão “Não vote em Roberto Cidade” e acusações contra o governador do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil), apoiador de Cidade e integrante do mesmo grupo político.

Veja os prints

Polícia Federal

A CENARIUM apurou que a Superintendência Regional da Polícia Federal no Amazonas (PF/AM) instaurou notícia-fato (investigação) sobre disparos em massa que começaram no dia 12 de setembro e se intensificaram nesta quinta-feira, 26, no mês anterior às eleições deste ano, contra Roberto Cidade. As denúncias geraram representações da coligação de Cidade, “Manaus Merece Mais”.

A Justiça Eleitoral veda a contratação de impulsionamento e de disparo em massa de conteúdo, “assim como a remuneração, a monetização ou a concessão de outra vantagem econômica como retribuição à pessoa titular do canal ou perfil, paga pelos beneficiários da propaganda ou por terceiros“.

Justiça ignorada

A chapa do candidato a prefeito de Manaus deputado federal Capitão Alberto Neto já ignorou 11 decisões do Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM), que determinam o fim da veiculação de propagandas com teor difamatório contra Roberto Cidade.

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As decisões miram inserções e programas eleitorais – pagas com dinheiro público – veiculadas nas emissoras de televisão e de rádio que relacionam Roberto Cidade a fake news sobre aumento do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), na gasolina.

O juiz da propaganda eleitoral Gildo Alves Carvalho Filho entendeu, nas 11 decisões judiciais, que o conteúdo causa desequilíbrio na disputa eleitoral municipal de Manaus. “A propaganda irregular deve ser prontamente combatida pela Justiça Eleitoral, uma vez que tal medida se faz necessária para restabelecer o equilíbrio da paridade de armas no curto período de campanha“, apontou em trecho de uma das decisões.

Ascensão nas pesquisas

Pesquisa eleitoral divulgada nessa quarta-feira, 25, pela empresa 100% Cidades, em parceria com a Futura Inteligência, indicou que Roberto Cidade, que também é presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), está com 26,3% das intenções de votos. O levantamento apontou que Cidade deve enfrentar o atual prefeito de Manaus e candidato à reeleição, David Almeida (Avante), que aparece com 32,9% das intenções de votos.

O disparo em massa de fake news gerou denúncia na Polícia Federal por meio da Coligação “Manaus Merece Mais”, formada pelos partidos União Brasil , Progressistas, Podemos, Republicanos, Partido da Mulher Brasileira (PMB), Partido da Renovação Democrática (PRD), e Partido Socialista Brasileiro (PSB),. A instituição investiga o caso.

A CENARIUM questionou a assessoria de imprensa de Alberto Neto e Maria do Carmo Seffair, sobre as denúncias de disparo em massa contra Roberto Cidade e o desprezo às decisão da Justiça Eleitoral para a chapa barrar com as fake news e aguarda resposta.