Canadense é a primeira pessoa assumidamente trans e não binária a receber medalha nas Olimpíadas

Embora tenha vencido bronze na Rio 2016, Quinn, de 25 anos, não havia ainda revelado publicamente sua identidade de gênero(Reprodução/@thequinny5)

Com informações do Portal IG

RIO DE JANEIRO – Quinn, atleta canadense no futebol feminino, tornou-se nessa sexta-feira a primeira pessoa assumidamente trans e não binária a receber uma medalha nos Jogos Olímpicos. Embora tenha vencido bronze na Rio 2016, Quinn, de 25 anos, não havia ainda revelado publicamente sua identidade de gênero.

O anúncio foi realizado apenas em 2020, o que lhe permite fazer história entre as pessoas LGBTQIAP+ ao disputar a final com a Suécia e levar a medalha de ouro na decisão inédita também para o Canadá, que venceu as adversáras, nos pênaltis, pelo placar de 3 as 2. Com a bola rolando, a disputa terminou em 1 a 1.

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Em 22 de julho, véspera do início do evento esportivo no Japão, Quinn compartilhou com seus seguidores no Instagram sentimentos diversos em razão de sua atuação nos jogos nesta edição após ter se revelado transgênero e pessoa não binária.

“Primeira pessoa assumidamente trans a competir nas Olimpíadas. Eu não sei o que sentir. Eu sinto orgulho ao ver ‘Quinn’ na escalação e na minha credencial. Eu sinto tristeza por saber que houve atletas olímpicos anteriores a mim impossibilitados de viverem sua verdade por causa do mundo. Eu sinto otimismo por mudança. Mudança na legislação. Mudança nas regras, estruturas, e mentalidades. Principalmente, eu sinto percepção das realidades. Garotas trans sendo banidas dos esportes. Mulheres trans enfrentando discriminação e preconceito enquanto tentam seguir seus sonhos olímpicos. A luta não está perto de acabar… e eu vou celebrar quando todos nós estivermos aqui”, afirmou Quinn.

Na postagem em que contou sobre sua identidade de gênero, feita em 8 de setembro de 2020, Quinn disse que não foi fácil redigir aquele texto. À imprensa canadense, Quinn explicou que parte da razão pela qual decidiu se assumir foi porque se cansou de gerar mal-entendidos perante a sociedade e a mídia, além de servir como alguém “visível” para os jovens que estejam questionando seus próprios gêneros.

“Sair do armário é DIFÍCIL (e meio besteira). Eu sei que, para mim, é algo que eu vou fazer de novo pelo resto da minha vida. Como eu vivi como uma pessoa trans assumida com as pessoas que mais amo por muitos anos, eu sempre pensei sobre quando eu iria me assumir publicamente”, disse Quinn na publicação.

No mesmo post, Quinn descreveu a rede social como um “espaço esquisito”, destacando que pensou em várias maneiras de destacar a forma como se vê, mas disse que sabe que não é esse o motivo para seus seguidores acompanharem sua conta. Assim, disse que enxergou nesse anúncio sobre quem realmente é como uma oportunidade de mostrar a importância da representatividade.

“Eu queria resumir os sentimentos que tinha pela minha identidade trans em um post, mas não é realmente por isso que as pessoas estão aqui, incluindo minha própria pessoa. Então EM VEZ DISSO, eu quero me tornar visível para a galera queer que não vê pessoas semelhantes em seu feed. Eu sei que isso salvou minha vida anos atrás”.

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