Candidato à CMM, Rodrigo Ramos questiona ‘QI’ de vereadores: ‘Não sabem temas macros sobre Amazônia’

Mencius Melo – Da Revista Cenarium

MANAUS – Postulante ao cargo de vereador de Manaus, o advogado Rodrigo Ramos – irmão do deputado federal Marcelo Ramos (PL) – gerou polêmica ao falar sobre o conteúdo técnico dos vereadores da Câmara Municipal (CMM). Em visita à redação da REVISTA CENARIUM, o candidato pelo PTB apresentou planos para um mandato popular, criticou o que chamou de ‘escondidos’, os atuais vereadores da capital, e discorreu sobre novos modelos de matrizes econômicas e a influência do irmão na carreira política. Acompanhe:

REVISTA CENARIUM – Rodrigo Ramos, o PTB é o partido de um “cacique” nacional, que é o deputado cassado Roberto Jefferson. Por que você escolheu esse partido?

Rodrigo Ramos: Minha ida para o PTB é pragmática. Foi a sigla onde encontrei espaço para lançar minha candidatura. A questão ideológica não foi preponderante.

CENARIUM: Como candidato a vereador, como você avalia a atual legislatura?

RR: Tenho uma visão crítica da Câmara. Temos vereadores de ‘currais’, parlamentares segmentados que falam somente por um grupo. Precisamos de parlamentares independentes, que não sejam fiscais de empresários. Muitos não sabem debater temas macros sobre Amazônia

CENARIUM: O senhor considera a legislatura atual ruim?

RR: Veja bem, sou advogado com pós-graduação e atualmente faço MBA em licitações e contratos públicos, ou seja, estou me preparando para contribuir com a sociedade na condição de um possível parlamentar, a questão é que é visível na atual legislatura, que muitos ali não têm noção do que é uma licitação.

CENARIUM: O senhor se sente preparado para disputar uma vaga para vereador?

RR: Acredito que reúno três condições para desenvolver uma boa campanha de convencimento: vivência política, conhecimento e intimidade com Manaus.

CENARIUM: Falando em conhecimento, o que você pensa sobre o futuro econômico de Manaus? Como você entende questões sobre, por exemplo, matrizes econômicas?

RR: Primeiro, é preciso entender que o governo federal não é simpático aos incentivos fiscais da Zona Franca de Manaus e o mais curioso é que você não vê nenhum vereador debatendo sobre a matriz econômica que está cravada em Manaus.

CENARIUM: Portanto, o tema é de interesse dos vereadores?

RR: Claro que sim! O tema ‘economia amazônica’ deve ser pauta de todo o vereador de Manaus, porque Manaus é o coração da ZFM.

CENARIUM: Mas Manaus não é extremamente dependente do polo industrial?

RR: Sim, mas é preciso mudar essa prática. Podemos a partir de leis de incentivo municipal, por exemplo, fomentar bazares ou feiras de produtos da Amazônia como os nossos fármacos e assim criar uma cultura de incentivo à produção. Ficamos muito dependente das tecnologias do PIM, porém, precisamos nos reencontrar com a Manaus da Amazônia. Temos de parar de querer ser outro lugar.

CENARIUM: Você é irmão do deputado Marcelo Ramos (PR), isso ajuda ou atrapalha?

RR: Atrapalharia se eu fosse alguém vazio, mas eu tenho uma história, uma trajetória e tenho orgulho do meu nome e sobrenome. Do Marcelo só quero usar positivamente os R$ 25 milhões em emendas, que ele tem para Manaus.