Capitais da Amazônia elegem apenas três vereadores com bandeiras sustentáveis

Com agendas voltadas para demandas sociais básicas, capitais da Amazônia não tem tempo para discutir pautas ambientais (Reprodução/Internet)

Mencius Melo – Da Revista Cenarium

MANAUS – Dos 165 parlamentares eleitos para atuar nas câmara municipais das setes capitais da Amazônia Legal, apenas três vereadores foram eleitos por siglas identificadas com as causas ambientais, foram eles: Manoel do Partido Verde, em Porto Velho; Albuquerque do Rede Sustentabilidade e Ruan Kenobby também do mesmo partido, em Boa Vista, Roraima.

Manaus (AM), Belém (PA), Rio Branco (AC), Boa Vista (RR), Porto Velho (RO), Macapá (AP), Palmas (TO) têm em comum o fato de serem capitais dos Estados que compõem o maior bioma brasileiro: a Amazônia. Em que pese tal realidade, natural seria a presença de inúmeros políticos ‘verdes’, o que não é bem assim.

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Mas, por que Estados que compõem o mapa verde do país, quase não elegem representantes perfilados com bandeiras que elevem o meio ambiente à condição de debate social das grandes cidades da Amazônia? Por que mesmo enraizadas em região que é o epicentro dos debates nacionais e globais sobre meio ambiente, não se elegem candidatos com esses discursos e práticas?

Sem movimento

O sociólogo e professor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Luiz Antônio, avalia eu esse quadro advém de uma realidade urgente. “Não temos movimentos ambientalistas na região norte. Houve uma experiência nos anos 1980 no Acre, que elegeu lideranças, mas, fora isso, não ocorreram mais iniciativas dessa natureza”, observou.

De acordo com o sociólogo, outros fatores também contribuem para endurecer essa realidade. “As demandas das populações amazônicas são pragmáticas, são de primeira necessidade. São condições objetivas que no caso da região amazônica saltam à realidade brasileira. Aqui temos as piores condições sociais e econômicas do país”, detalhou.

“Fora que lideranças dessas bandeiras tendem a se opor a setores empresariais que precisam de facilidades ambientais para fazer negócio”, ponderou. “Na Amazônia, os partidos de esquerda lutam por demandas populares como saúde, transporte e educação. Quem vier falar de meio ambiente será derrotada fragorosamente”, lamentou.

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