Cartilhas para empresas orientam sobre combate ao racismo e LGBTfobia no ambiente de trabalho

A iniciativa é inédita dentre as empresas ligadas à saúde mental (Reprodução/Internet)

Com informações do Portal Alma Preta

SÃO PAULO – O Grupo Reinserir, clínica de psicologia em São Paulo voltada para atendimento humanizado e inclusivo de pessoas negras, periféricas e LGBTQIA+, elaborou uma série de cartilhas voltadas ao mundo corporativo. Com temáticas que abrangem desde o Setembro Amarelo, voltado à prevenção do suicídio, até um Manual de Diversidade e Inclusão para Organizações, o objetivo é tornar o ambiente de trabalho um local acolhedor às diferenças.

A iniciativa é inédita dentre as empresas ligadas à saúde mental e toda a arrecadação com as cartilhas é revertida no atendimento social que a clínica presta às pessoas que não tem condição de pagar pelo tradicional processo terapêutico. O material pode ser adquirido por meio das redes sociais do grupo.

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A psicóloga Natália Silva, fundadora do Reinserir, explica que a ideia de elaboração das cartilhas surgiu a partir das palestras que o grupo já desenvolve nas empresas. O tempo nessas rodas de conversa, segundo ela, é curto para que os assuntos possam ser abordados com profundidade

“Demandas de saúde mental são extremamente complexas. Em uma hora de encontro se torna apenas um assunto introdutório e, por isso, já usamos também as redes sociais do Reinserir como ferramenta de conhecimento complementar. Pensando nisso, e com tantas pautas voltadas às questões de gênero, sexualidade, raciais – como colorismo e afins -, imaginamos o quanto seria legal destrinchar essas temáticas”, explica a psicóloga.

As cartilhas também servem, segundo Natália, para consulta posterior dos colaboradores das empresas, a fim que não restem dúvidas sobre determinado assunto. Ela relembra que, em um bate-papo com uma das lideranças corporativas, a gerente sugeriu que os funcionários consumissem o conteúdo das cartilhas com o pretexto de que eles não conseguiram absorver tudo que foi dito nas palestras. “Vocês lembram o que a Natália falou? Não? Então podem ir consultar as cartilhas”, recorda.

Acolhimento, estudo e respeito

“Não é trabalho das pessoas pretas ficarem ensinando aos brancos como se portar a respeito de questões raciais. É importante que as pessoas estudem os assuntos”, salienta a psicóloga.

As cartilhas elaboradas pelo Grupo Reinserir, de acordo com Natália Silva, servem principalmente para que as pessoas negras, LGBTQIA+ se sintam acolhidas e com suas questões respeitadas e compreendidas no ambiente de trabalho. Além disso, o intuito é também que os demais colaboradores se sintam provocados a mudar de comportamento.

“Se dentro de um vestiário, por exemplo, os homens se tratam como ‘viadinho’, ‘traveco’ e outros termos, como uma travesti vai se sentir confortável em um ambiente desses, ouvindo esse tipo de tratativa?”, questiona. “É possível substituir termos pejorativos e utilizar outras palavras com outras intenções para lidar com essas pessoas, de forma que a comunicação, como ensinado nas cartilhas, seja de acolhimento”, completa. Leia a matéria completa no Portal Alma Preta.

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