Casais de grupos vulneráveis se unem em casamento coletivo em Manaus: ‘A gente só quer ser feliz’
20 de julho de 2024

Isabella Rabelo – Da Cenarium
MANAUS (AM) – O Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) realizou nessa sexta-feira, 19, o “Casamento Coletivo – Cidadania para Todos”, no Largo São Sebastião, localizado no bairro Centro, Zona Sul de Manaus.
Voltada para grupos socialmente vulneráveis e abrangendo o público LGBTQIAPN+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais/Transgêneros/Travestis, Queer, Intersexuais, Assexuais, Pansexuais), Pessoas com Deficiência, indígenas e idosos, a iniciativa providenciou a união civil de 164 casais, com os custos dos processos de casamento inteiramente arcados pelos órgãos organizadores do evento.
Para um dos casais participantes da cerimônia, Rhuan e Roberta, juntos há sete anos, o casamento, além de garantir direitos para ambos, representou a realização de um sonho.
“A organização está show! A decoração muito linda também. Fomos super bem atendidos e tivemos prioridade por conta da minha deficiência, então está sendo realmente uma experiência muito boa”, relatou Rhuan, minutos antes da entrada na cerimônia.

O casal Kitchener Eduardo e Mara Rúbia também relatou uma ótima experiência em sua participação no evento. “Temos muito a agradecer pela oportunidade. Tudo maravilhoso, muito organizado. Nós percebemos o zelo, o carinho e a educação na forma como estamos sendo acolhidos”, declarou Mara.

Diversidade
Segundo Talita e Caroline, a iniciativa significou mais do que a celebração de uma união, mas um símbolo de celebração do amor em todas as suas formas. “O casal homoafetivo enfrenta muito preconceito e para nós essa oportunidade foi maravilhosa para demonstrar nosso amor”, afirmou Talita.

“Não é para ser difícil aceitar, não é tão difícil conviver. A gente só quer viver e ser feliz da maneira que a gente quer”, finalizou.
Institucionalidade
O evento foi promovido pelo Poder Judiciário do Estado, por meio da Corregedoria-Geral de Justiça do Amazonas (CGJ-AM), e teve parceria com outras entidades como governo do Estado, a Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Amazonas (OAB-AM), a Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa e outras associações.
Para o desembargador do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) Jomar Fernandes, que esteve à frente do evento, o casamento coletivo tem o intuito de demonstrar a ação dos órgãos públicos para as pessoas que precisam de maior atenção.

“Quisemos demonstrar a preocupação da institucionalidade amazonense com essa população vulnerável por meio desse evento, no qual eles não tiveram nenhum custo. Nós só temos a parabenizá-los por esse grande evento que festeja o amor”, declarou.