Início » Sociedade » Caso Ana Beatriz ‘ecoa’ pelo Brasil e ganha pedidos de Justiça pela morte de menina indígena no interior do AM
Caso Ana Beatriz ‘ecoa’ pelo Brasil e ganha pedidos de Justiça pela morte de menina indígena no interior do AM
A menina indígena dormia em uma rede quando foi raptada, no interior do Amazonas (Reprodução/ Internet)
Compartilhe:
01 de dezembro de 2020
Bruno Pacheco – Da Revista Cenarium
MANAUS – O caso Ana Beatriz, menina indígena de apenas 5 anos que foi abusada sexualmente e morta em uma aldeia de Barreirinha (a 330 quilômetros de Manaus), na semana do Dia Internacional de Combate à Violência Contra a Mulher, continua ecoando pelo Brasil com protestos e pedidos de Justiça. O assassinato completou uma semana nessa segunda-feira, 30, e mobilizou a hashtag nas redes sociais #JustiçaporAnaBeatriz.
A criança, da etnia Sateré-Mawé, desapareceu durante a madrugada da última segunda-feira, 23, de dentro de casa, enquanto dormia em uma rede perto da mãe, Taiane Silva Rayol, de 25 anos, na comunidade indígena Nova Vida. A mulher, ao perceber que a filha havia sumido, iniciou as buscas pela menina, que foi encontrada morta em uma área de mata na região. Um laudo médico do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) apontou que a menina apresentava lesões nas partes íntimas e hematomas pelo corpo.
Um adolescente de 16 anos foi preso suspeito de cometer o crime, após uma camisa do rapaz ser encontrada na residência da vítima. Segundo a polícia local, o suspeito confessou o crime, alegando estar bêbado e drogado. O rapaz foi encaminhado para internação provisória em Manaus.
Protestos pelo País
Pelo Brasil, entidades, ativistas e representantes indígenas mobilizaram protestos ao longo da semana. Na quarta-feira, 25, uma manifestação levou mulheres e crianças às ruas da cidade. No último domingo, 29, um outro protesto marcou a primeira semana da morte da criança. Dessa vez, o ato ocorreu em Parintins, município vizinho.
Em Belo Horizonte, capital do Estado de Minas Gerais, um novo ato está sendo organizado para esta terça-feira, 1º. A manifestação está programada para ocorrer às 17h, na Praça Sete de Setembro, e tem a intenção de chamar a atenção da sociedade e das autoridades para que o caso não fique impune.
Nas redes sociais, a socióloga e professora Avelin Buniacá Kambiwá, indígena da etnia Kambiwá, pediu visibilidade para o caso e disse que luta contra o caso não é somente uma questão dos povos indígenas, mas de todos os brasileiros. Segundo ela, em meio à primeira semana que o assassinato ocorreu, o silêncio em torno dele é assustador.
“Não é possível mais achar que essa violência histórica que se perpetua, em todas as Américas, pode passar invisível aos olhos. Aos olhos da ‘Grande Mãe’ mão tem passado. Quero convidar a todos com sua arte, com sua escrita, com o que você tem de dons, vem se juntar ao nosso grito. Justiça por Ana! Chega de morte de mulheres e meninas indígenas”, disse, em vídeo publicado no Twitter.
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.
Este site usa cookies para que possamos oferecer a melhor experiência de usuário possível. As informações dos cookies são armazenadas em seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.
Cookies Estritamente Necessários
O cookie estritamente necessário deve estar ativado o tempo todo para que possamos salvar suas preferências de configuração de cookies.
Se você desativar este cookie, não poderemos salvar suas preferências. Isso significa que toda vez que você visitar este site, precisará habilitar ou desabilitar os cookies novamente.