Caso Ana Beatriz ‘ecoa’ pelo Brasil e ganha pedidos de Justiça pela morte de menina indígena no interior do AM

A menina indígena dormia em uma rede quando foi raptada, no interior do Amazonas (Reprodução/ Internet)

Bruno Pacheco – Da Revista Cenarium

MANAUS – O caso Ana Beatriz, menina indígena de apenas 5 anos que foi abusada sexualmente e morta em uma aldeia de Barreirinha (a 330 quilômetros de Manaus), na semana do Dia Internacional de Combate à Violência Contra a Mulher, continua ecoando pelo Brasil com protestos e pedidos de Justiça. O assassinato completou uma semana nessa segunda-feira, 30, e mobilizou a hashtag nas redes sociais #JustiçaporAnaBeatriz.

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A criança, da etnia Sateré-Mawé, desapareceu durante a madrugada da última segunda-feira, 23, de dentro de casa, enquanto dormia em uma rede perto da mãe, Taiane Silva Rayol, de 25 anos, na comunidade indígena Nova Vida. A mulher, ao perceber que a filha havia sumido, iniciou as buscas pela menina, que foi encontrada morta em uma área de mata na região. Um laudo médico do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) apontou que a menina apresentava lesões nas partes íntimas e hematomas pelo corpo.

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Um adolescente de 16 anos foi preso suspeito de cometer o crime, após uma camisa do rapaz ser encontrada na residência da vítima. Segundo a polícia local, o suspeito confessou o crime, alegando estar bêbado e drogado. O rapaz foi encaminhado para internação provisória em Manaus.

Protestos pelo País

Pelo Brasil, entidades, ativistas e representantes indígenas mobilizaram protestos ao longo da semana. Na quarta-feira, 25, uma manifestação levou mulheres e crianças às ruas da cidade. No último domingo, 29, um outro protesto marcou a primeira semana da morte da criança. Dessa vez, o ato ocorreu em Parintins, município vizinho.

Em Belo Horizonte, capital do Estado de Minas Gerais, um novo ato está sendo organizado para esta terça-feira, 1º. A manifestação está programada para ocorrer às 17h, na Praça Sete de Setembro, e tem a intenção de chamar a atenção da sociedade e das autoridades para que o caso não fique impune.

Nas redes sociais, a socióloga e professora Avelin Buniacá Kambiwá, indígena da etnia Kambiwá, pediu visibilidade para o caso e disse que luta contra o caso não é somente uma questão dos povos indígenas, mas de todos os brasileiros. Segundo ela, em meio à primeira semana que o assassinato ocorreu, o silêncio em torno dele é assustador.

“Não é possível mais achar que essa violência histórica que se perpetua, em todas as Américas, pode passar invisível aos olhos. Aos olhos da ‘Grande Mãe’ mão tem passado. Quero convidar a todos com sua arte, com sua escrita, com o que você tem de dons, vem se juntar ao nosso grito. Justiça por Ana! Chega de morte de mulheres e meninas indígenas”, disse, em vídeo publicado no Twitter.

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