‘Caso’ de Bolsonaro e Centrão vira casamento com comunhão de bens e ‘maracutaias’

O presidente Jair Bolsonaro (Sem partido) (Ed Alves/CB/D.A Press)
Via Brasília – Da Revista Cenarium

Chave do Palácio

Após ser desmascarado pelos fatos que envolveram a articulação dele, de seus líderes e de sua base aliada para aprovação do “fundão eleitoral” de R$ 5,7 bilhões, o presidente Jair Bolsonaro precisou ampliar ainda mais a sua blindagem contra o impeachment. Ele abriu a temporada de mais concessões ao Centrão ao colocar no mais alto posto entre os ministérios o senador Ciro Nogueira (PP-SE), réu do famoso “mensalão do PP”. Com juras de amor eterno e dizendo-se Centrão desde sempre, selou o casamento dando a chave do Palácio a Ciro e ao Progressistas, onde assumiu que esteve abrigado por longo tempo.

Carta Branca

Ao seu presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), Bolsonaro deu carta branca para negociar as chamadas emendas de relator, ou RP9, de R$ 11 bilhões, que passaram quase despercebidas na aprovação da Lei de Diretrizes Orlamentárias (LDO). Bolsonaro pretende “convencer” os congressistas a deixarem essa “bobagem” de analisar os 127 pedidos de impedimento do presidente. Noutra direção, fez soar o alarme de golpe, tendo como “menino de recados” o general que está hoje como ministro da Defesa, Braga Netto, caso as eleições não sejam feitas a sua maneira, de modo que possa melar o pleito em caso de derrota. Dividido e cada vez mais refém destas alas mais fisiológicas do Centrão e das Forças Armadas, terceiriza seu poder para se manter…no poder. Que ironia.

Rejeição recorde

O delírio golpista, que o presidente nunca escondeu e que até já tentou colocar em prática, quando tenente do Exército, não parece contribuir para melhorar sua imagem e esconde um presidente acuado. Os números das pesquisas de opinião e a situação de fragilidade do presidente lembram muito os piores momentos da ex-presidente Dilma Rousseff, com a diferença de que ela obedeceu as regras do jogo, sem ameaças a instituições e à democracia, ou desonra à Constituição. Na mais recente sondagem, do Instituto Pesquisa PoderData, os humores dos eleitores brasileiros seguem majoritariamente pela rejeição tanto a Bolsonaro como ao governo. O patamar de ruim e péssimo é de 56%, e a desaprovação à administração é de 62%, um recorde sob todos os ângulos.

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