Caso de indígena estuprada em delegacia no AM expõe violência institucional
Por: Marcela Leiros
24 de julho de 2025
O Ministério Público do Amazonas (MP-AM) classificou o caso da indígena que denunciou ter sido estuprada por policiais militares por nove meses em 2023, na delegacia de Santo Antônio do Içá, como “violência institucional, abuso de autoridade e violação de direitos humanos fundamentais“. L.M.S., agora com 29 anos, foi mantida no local — presa por homicídio—, onde não havia cela feminina, compartilhando o espaço com outros detentos. Nesse tempo, enquanto amamentava o filho recém-nascido que ficou com ela no local, sofria estupros constantes de policiais militares e um guarda municipal, afirmou em denúncia. Quase dois anos depois, o caso “veio à tona”. Então, a Defensoria do Amazonas alegou que acompanhava a situação desde 2023. O MP-AM disse que acompanha o caso e ouviu a vítima na terça-feira, 22 de julho de 2025. A Secretaria de Segurança afirmou que a Polícia Civil instaurou procedimento para apurar o ocorrido na delegacia e o caso, e que o processo interno ao qual os militares respondem está em fase final de investigação. Já a Polícia Militar do Amazonas (PM-AM) informou à imprensa, nessa quarta-feira, 23, que vai indiciar quatro PMs por estupro em série. A questão é: quando o estado falha em proteger e passa a violentar, quem responde por isso? E por que demorou tanto?
