Caso Djidja: Cetamina pode custar até R$ 800 no mercado ilegal

(Foto: Reprodução)
Isabella Rabelo – Da Revista Cenarium

MANAUS (AM) – O preço do medicamento anestésico Cetamina pode ultrapassar a metade do valor de um salário mínimo, que atualmente, é R$ 1.412 mil. O anestésico de uso veterinário ganhou repercussão nos últimos dias após o caso “Djidja Cardoso”, encontrada morta na terça-feira, 28. A morte está relacionada ao uso recreativo do medicamento, segundo as investigações da Polícia Civil do Amazonas (PC-AM)

Segundo apuração realizada pela REVISTA CENARIUM, um frasco de 50 ml de Cetamina pode custar até R$ 400 se adquirido de forma lícita, e entre R$ 600 e R$ 800 no mercado ilegal. Uma das envolvidas no caso e acusada de também utilizar a droga, Audrey Schott se pronunciou por meio de um vídeo em suas redes sociais e afirmou não fazer uso frequente da substância em razão do preço, que não teria condições de arcar.

“Gostaria de esclarecer que eu estou bem, não estou em um estado degradante como estão falando por aí, e nem estou completamente viciada, até porque aquela droga é bem cara para estar se usando todos os dias”, declarou.

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As investigações apontaram que o medicamento era fornecido ilicitamente para a família pela clínica veterinária Maxvet, localizada no bairro Redenção, Zona Centro-Oeste de Manaus. O empreendimento foi alvo de mandado de busca e apreensão nesta sexta-feira, 31.

Cetamina

O anestésico, também conhecido como quetamina ou ketamina, é um fármaco de uso humano e veterinário, geralmente utilizado para sedação em procedimentos cirúrgicos. A substância começou a ser utilizada como droga na década de 70, nos Estados Unidos. No Brasil, além de ser injetada de forma pura, é utilizada pelo tráfico para produzir uma droga sintética traficada com o nome de “special k”, “Key”, “Keyla” ou “Keta”.

Entre os efeitos, que duram cerca de uma hora, estão entorpecimento, alucinações profundas, dificuldade em controlar movimentos e sensação de distorção do sentido de tempo e de identidade, do corpo e da visão. Além disso, podem ocorrer vômitos, diarreia, baixa de temperatura, coma e problemas respiratórios potencialmente mortais.

Caso Djidja

A morte de Djidja, ex-item do Boi Garantido levou à investigação que resultou na prisão da mãe e irmão da vítima, além de funcionários da família, suspeitos de participar de uma seita que fornecia e incentivava o uso recreativo da Cetamina.

Quatro dos investigados — Ademar Farias, Cleusimar Cardoso, Verônica Seixas e Claudiele Silva — foram presos nessa quinta-feira, 30, em cumprimento a mandado de prisão preventiva. Os três primeiros foram flagrados por uma equipe policial do 1° Distrito Integrado de Polícia (DIP) tentando fugir da residência onde Djidja morava, no bairro Cidade Nova, Zona Norte de Manaus.

Medicamentos foram encontrados na lixeira em frente à casa da família (Carol Veras/CENARIUM)

No endereço, a polícia apreendeu vários frascos do medicamento Cetamin, anestésico usado em animais, além de seringas e luvas. A polícia indica que a alta dosagem do medicamento foi o que causou a morte por overdose de Djidja Cardoso, na terça-feira, 28.

O relatório preliminar do Instituto Médico Legal (IML), no entanto, indica que a causa da morte é considerada “indeterminada”, ocasionada por “depressão dos centros cardiorrespiratórios centrais bulbares; congestão e edema cerebral”.

Leia mais: Mãe, irmão e funcionários de Djidja são transferidos para penitenciária na BR-174
Editado por Aldizangela Brito
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