‘Caso Djidja’: TJAM contraria MP e nega soltura de Ademar Cardoso
23 de agosto de 2024

Carol Veras – Da Cenarium
MANAUS (AM) – O juiz Celso Souza de Paula, do Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas (TJAM), negou na tarde desta sexta-feira, 23, a soltura de Ademar Cardoso, indiciado pelos crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico e estupro. O irmão da ex-integrante do Boi Garantido Djidja Cardoso, morta em 28 de maio, está sob prisão preventiva e aguarda audiência de instrução e julgamento agendada para o dia 4 de setembro.
No documento, a Justiça menciona que o processo envolvendo o irmão de Djidja Cardoso está tramitando “respeitando-se os ditames dos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade”. O Ministério Público do Amazonas (MP-AM) já havia dado parecer favorável para que Ademar fosse solto e cumprisse quatro medidas cautelares em domicílio.
Ademar, investigado no âmbito das apurações da seita “Pai, Mãe, Vida”, foi indiciado pela Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) por tráfico de drogas, associação para o tráfico e estupro. Ele usava as redes sociais para compartilhar teorias da conspiração sobre alienígenas e dimensões alternativas, que estariam conectadas às crenças da seita. A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) apontou que ele era um dos líderes da organização.
Confira o documento:
Decisão do MP
O promotor de Justiça André Virgílio Belota Seffair sugeriu, caso aprovada a soltura de Cardoso, um regime sem contato com as testemunhas do caso. Ademar teria que se recolher no período noturno, comparecer em juízo e estaria proibido de deixar Manaus. A decisão foi barrada pelo juiz da 3ª Vara Especializada em Crimes de Uso e Tráfico de Entorpecentes da Comarca de Manaus, Celso Souza de Paula.
A defesa mencionou no requerimento que o acusado se “comprometeria a comparecer a todos os atos processuais para os quais for solicitado, bem como de informar as suas atividades laborativas, acatando ademais regras que lhe for imposta por Vossa Excelência [juiz do caso]”, no pedido negado pela Justiça do Estado.
Ademar Cardoso foi detido dois dias posteriores à morte da ex-item do Garantido, em 30 de maio, após a CENARIUM revelar, com exclusividade, cinco mandados de prisão e de busca e apreensão contra familiares de Djidja e funcionários do salão Belle Feme. O irmão e a mãe da vítima, Ademar Cardoso e Cleusimar Cardoso, respectivamente, foram presos tentando fugir da polícia.


