Caso Dom e Bruno: ‘Colômbia’ cita Amarildo, mas afirma à PF ter apenas ‘relação comercial’ com pescadores

(Bruno Pacheco/Cenarium)
Bruno Pacheco – Da Revista Cenarium

MANAUS – O novo preso suspeito de participar das mortes do jornalista Dominic Mark Phillips, o “Dom Phillips”, e do indigenista Bruno da Cunha Araújo Pereira, Rubens Villar Coelho, conhecido como “Colômbia”, afirmou à Polícia Federal (PF) que conhece Amarildo da Costa Oliveira, o “Pelado”, mas que existe apenas “relação comercial” com o mesmo e outros pescadores da região de Atalaia do Norte. “Colômbia” negou qualquer envolvimento no duplo homicídio.

Veja também: Homem é preso pela Polícia Federal suspeito de ser mandante das mortes de Dom e Bruno

“Existe, até o momento, uma relação comercial com alguns pescadores da região, segundo ele. Mas nós estamos investigando se existe apenas uma relação comercial ou a pesca ilegal, onde ele efetivamente participa, e se ele, de certa forma, sabia dessa pesca ilegal. Isso tudo é objeto da investigação que ainda está em andamento”, declarou nesta sexta-feira, 8, o superintendente da PF do Amazonas, delegado Eduardo Alexandre Fontes, durante coletiva à imprensa.

O superintendente da PF-AM, delegado Eduardo Fontes (à esq), ao lado do delegado-adjunto da PC-AM, Bruno Braga (Bruno Pacheco/Cenarium)

Segundo o superintendente, a prisão em flagrante de “Colômbia” ocorreu por conta de falsificação de documentos, cuja pena para esse tipo de crime é de quatro anos e não cabe pagamento de fiança. Por conta disso, o delegado esclareceu que o suspeito deverá continuar preso e será encaminhado para audiência de custódia.

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“Ele apresenta, inicialmente, um documento brasileiro, onde ele se identifica como Rubens Villar Coelho, tendo nascido em Benjamin Constant, mas, no decorrer do depoimento, ele acaba dizendo que nasceu em Letícia e depois apresenta um documento colombiano, com o nome de Ruben Dario da Silva Villar, nitidamente falso. E, por isso, ele foi preso em flagrante”, pontuou Fontes.

“Colômbia”, segundo Fontes, compareceu à delegacia de Tabatinga, no interior do Amazonas, de forma espontânea, acompanhado de um advogado. A PF afirma que aguarda a decisão judicial na expectativa de esclarecer qual a verdadeira identidade de Colômbia e se há, ainda, informações de que o suspeito possua um terceiro documento, esse de nacionalidade peruana.

“Nós entendemos que é o caso dele não ficar em liberdade provisória, porque, afinal de contas, nós não sabemos a real identidade dele, já que há notícias de que ele tenha identidade em três países e, em cada, uma identificação distinta”, frisou o delegado Eduardo Fontes.

Caso Dom e Bruno

O jornalista Dom Phillips e o indigenista Bruno Pereira desapareceram na região do Vale do Javari, no Amazonas, em 5 de junho deste ano, após serem ameaçados em campo. Os dois foram vistos pela última vez quando seguiam trajeto da Comunidade São Rafael ao município de Atalaia do Norte. Somente em 15 de junho, remanescentes humanos das vítimas foram localizados.

Até o momento, além de “Colômbia”, quatro foram presos suspeitos de envolvimento nas mortes de Dom e Bruno: o pescador Amarildo da Costa Oliveira, o “Pelado”, foi o primeiro a ser detido; Oseney da Costa, o “Da Costa”, irmão de Amarildo; Jeferson da Silva Lima, também conhecido como “Pelado da Dinha”; e Gabriel Pereira Dantas, que já foi solto.

Nesta sexta-feira, 8, vence o prazo das prisões de Amarildo, Oseney e Jefferson, mas a Polícia Federal do Amazonas afirmou que já entrou com um pedido para que a detenção dos três seja convertida em preventiva, que tem prazo de 90 dias.

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