Caso Henry: advogado disse que babá deveria falar ‘para o mundo o quão pessoas boas eram Monique e Jairinho’

De acordo com a babá, quando esteve no escritório do advogado, onde também encontrou com a empregada da família, foi orientada por ele a dar uma entrevista a uma canal de televisão (Guito Moreto/Agência O Globo)

Com informações do O Globo

RIO DE JANEIRO – O advogado André França Barreto, que defende o vereador Jairo Souza Santos Júnior o Dr. Jairinho (sem partido), acusado de envolvimento na morte do menino Henry Borel Medeiros, de 4 anos, teria instruído a babá Thayna de Oliveira Ferreira, de 25 anos, sobre o que responder em seu primeiro depoimento à polícia.

Na segunda-feira, a ex-funcionária do vereador, que admitiu ter mentido aos investigadores, falou que, durante reunião no escritório de Barreto, ele disse que ela deveria falar que tanto o parlamentar quanto sua namorada, a professora Monique Medeiros da Costa e Silva, mãe de Henry, eram pessoas boas.

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“Dr. André iniciou a conversa falando de Deus, que era católico como a declarante e perguntando se a declarante colocava a ‘mão no fogo’ por Jairinho e Monique. Que a declarante falou que não, que só colocaria a ‘mão no fogo’ por ela própria; que, então, Dr. André falou que não poderia ser assim, que ela, por acreditar em Deus, tinha que falar ‘para o mundo’ o quão pessoas boas eram Monique e Jairinho”, diz trecho do depoimento ao qual o GLOBO teve acesso.

Ainda de acordo com a babá, quando esteve no escritório do advogado, onde também encontrou com a empregada da família, foi orientada por ele a dar uma entrevista a uma canal de televisão. Ele teria dito a ela as respostas para todas as perguntas feitas.

“Em seguida, Dr. André também falou que a declarante iria prestar declarações em sede policial e que ela deveria falar as mesmas coisas que falou na entrevista”, contou a babá aos investigadores.

Monique estava no escritório

Segundo o relato feito por Thayna, Monique estava no escritório do advogado, mas em outra sala. Ela teria chamado a babá em um local reservado para mandar ela apagar as mensagens sobre as agressões sofridas pelo filho. A ex-funcionária contou à polícia que se sentiu intimidada.

“Monique então começou a falar para a declarante que quando ela fosse depor em sede policial era para ela falar que nunca havia visto nada, que nunca havia ouvido nada e que era para apagar todas as mensagens (…) Que Monique mandou a declarante não relatar nada, nem sobre as brigas do casal, nem sobre as agressões que Henry sofreu”, diz trecho do depoimento.

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