Da Revista Cenarium*
SÃO PAULO – Durante um procedimento de rotina em abril de 2006, menos de um ano antes do desaparecimento de Madeleine McCann, o homem que é hoje o principal suspeito no caso admitiu a uma juíza que havia sido condenado na Alemanha por crimes sexuais e furtos, de acordo com o jornal português Expresso.
O alemão Christian B. foi detido à época por supostamente roubar combustíveis de vários caminhões na região de Algarve, no sul de Portugal.
Ele foi investigado pela Polícia Judiciária portuguesa naquele período, mas descartado quando o inquérito se voltou para Kate and Gerry McCann, os pais da criança.
De 1995 a 2017, Christian B. viveu entre Portugal, Alemanha e Itália e, nesse período, foi investigado 17 vezes por diferentes motivos, que vão de estupro e tráfico de drogas a furtos e dirigir sem documentos, segundo informações atribuídas à polícia pela revista alemã Der Spiegel.
Crimes sexuais resultaram em três condenações: a primeira, por abuso de uma criança na Alemanha, em 1994, quando ele tinha 17 anos. Em 2016, ele foi condenado por pornografia infantil, também na Alemanha; e em 2019 pelo estupro de uma americana em 2005, na mesma região em que Madeleine desapareceu.
Ele morava a cerca de um quilômetro do condomínio onde ela estava hospedada de férias com os pais e foi vista pela última vez.
Christian B. passou a ser considerado o principal suspeito no início de junho, quando vieram à tona dados de um telefone celular que indicam que ele estava próximo ao apartamento de Madeleine no horário em que ela sumiu.
Além disso, a polícia acredita que uma van que estava em seu nome e foi vista na região pode ter sido usada no crime. O alemão transferiu o carro para o nome de outra pessoa no dia seguinte ao desaparecimento. Ele atualmente cumpre sentença na Alemanha por tráfico de drogas.
A investigação foi arquivada pelas autoridades portuguesas em julho de 2008 por falta de provas. Em 2011, a Polícia Metropolitana de Londres abriu um segundo inquérito. Quando o desaparecimento de Madeleine completou dez anos, em maio de 2017, a corporação informou que já havia investigado cerca de 40 mil documentos e 600 pessoas.
Relembra o caso
Abril de 2006 – O atual principal suspeito do desaparecimento, Christian B., afirmou a uma juíza portuguesa que havia sido condenado na Alemanha por crimes sexuais.
Maio de 2007 – Madeleine desaparece no dia 3 de maio, no Complexo de Oceans Beach, na Praia da Luz, em Portugal, onde a família McCann passava férias.
Poucos dias depois, os pais da menina abrem um fundo para receber doações e contratam investigadores privados com o dinheiro arrecadado.
Junho de 2007 – Um dos chefes da polícia portuguesa admite que provas vitais podem ter sido destruídas porque o Complexo não foi protegido adequadamente.
Julho de 2007 – A polícia britânica envia cães farejadores para ajudar na investigação, e são realizadas inspeções no apartamento e no carro alugado dos McCann.
Setembro de 2007 – Kate McCann, mãe de Madeleine, é ouvida pela polícia como suspeita, e dias depois a família retorna para o Reino Unido. Procuradores afirmam depois que não há evidências para considerá-los suspeitos.
Turistas dizem ter visto Madeleine em Marrakech, no Marrocos.
2008 – A família McCann divulga esboços de um suspeito, com base na descrição feita por um turista britânico de um “homem assustador” visto no resort.
2011 – Os pais da menina publicam um livro sobre o caso. A Polícia Metropolitana de Londres dá início às investigações, após a polícia portuguesa não obter sucesso.
2013 – A Scotland Yard abre uma investigação sobre o caso e identifica 41 potenciais suspeitos. A polícia de Portugal reabre a investigação.
2015 – O governo britânico anuncia que as investigações sobre o caso custaram mais de 10 milhões de libras (R$ 64 milhões).
2017 – Em maio, quando o desaparecimento de Madeleine completava 10 anos, a polícia britânica informa que havia investigado 40 mil documentos e 600 pessoas.
Junho de 2020 – A polícia alemã anuncia que investiga um cidadão de 43 anos por suspeita de assassinato de Madeleine.
(*) Com informações da Folhapress
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