Casos de violência contra mulher marcam início de 2024 no Amazonas


02 de janeiro de 2024
Casos de violência contra mulher marcam início de 2024 no Amazonas
Mulher se defende de agressão cometida por homem (Ricardo Oliveira/Revista Cenarium Amazônia)
Adrisa De Góes – Da Revista Cenarium Amazônia

MANAUS (AM) – O ano de 2024 iniciou com registros de violência contra mulheres no Amazonas. Pelo menos dois casos foram registrados nos dois primeiros dias de janeiro, nas cidades de Maraã e Barreirinha, distantes 634 e 331 quilômetros de Manaus, respectivamente. As vítimas têm entre 10 e 33 anos.

No município maraãense, um professor de 42 anos foi preso, nesta terça-feira, 2, pelas equipes da 60ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP) por estupro de vulnerável contra duas alunas de 10 e 11 anos. De acordo com as investigações, o homem as colocava no colo para acariciá-las, beijá-las e tocar nas partes íntimas delas.

O crime teria ocorrido em maio de 2023, no ambiente escolar, e foi denunciado pelas mães das crianças, que tomaram conhecimento da violência e registraram Boletim de Ocorrência (BO) na unidade policial. Perante à Justiça, a pena é de quatro anos de prisão, ainda que não haja a conjunção carnal, apenas os atos libidinosos.

A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) prendeu o professor pelo crime de estupro de vulnerável (Lyandra Peres/PC-AM)

“Após a denúncia, as investigações iniciaram. As vítimas foram ouvidas e tiveram todo o amparo necessário. Elas contaram para a psicóloga que, mesmo após a denúncia, o suspeito ainda tentou entrar em contato na igreja em que frequentam, bem como foi até a casa delas com o intuito de intimidá-las, proferindo ameaças”, informou a polícia.

Violência doméstica

Na segunda-feira, 1°, um homem de 25 anos, que não teve a identidade revelada, foi preso pela Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), no município barreirinhense, após agredir a ex-companheira de 33 anos. O suspeito desferiu uma série de socos na mulher que desmaiou em decorrência da violência, segundo informações dos policiais que atenderam a ocorrência.

O crime foi registrado pela 42ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP), como lesão corporal no contexto da violência doméstica, após a vítima procurar a unidade policial para denunciar o caso. O homem foi preso em flagrante na própria residência.

Violência em números

Durante todo o ano de 2023, um total de 4.689 mulheres foram vítimas de violência no Amazonas, segundo monitoramento da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas Drª. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP/AM). Os dados são de casos notificados entre janeiro e 7 de dezembro, em 59 dos 62 municípios.

O maior número de registros está na faixa etária de 10 a 19 anos, com 2.052 ocorrências, seguido de 20 a 39 anos (1.476), 40 a 59 anos (387), 5 a 9 anos (267), 1 a 4 anos (227), menor de 1 ano (152) e maior de 59 anos (128).

Representação de mulher vítima de violência (Ricardo Oliveira/Revista Cenarium Amazônia)
Combate à violência

Em datas festivas, como Natal e Ano Novo, os casos de violência contra a mulher aumentam, segundo a presidente do Instituto As Manas, Amanda Pinheiro, que atua no acolhimento de vítimas em todo o Amazonas. De acordo com ela, com o uso do álcool, intensificado nesse período, a conduta violenta do agressor é potencializada.

“Uma importante ferramenta no combate à violência contra a mulher em ambientes festivos ou sociais é o Protocolo Não é Não, instituído pela Lei 14.786, de 28 de dezembro de 2023, já promulgada e que, logo, entrará em vigor. A medida estabelece ações para proteção de mulheres que estejam sofrendo algum tipo de violência, ameaça ou importunação em estabelecimentos comerciais”, ressalta Pinheiro.

Mulher com a palavra ‘Não’ escrita na palma da mão (Reprodução/Galedés)

A presidente do Instituto As Manas critica, ainda, a legislação, devido o protocolo não se aplicar a ambientes religiosos e de culto. “Grande parte dos agressores de mulheres se escondem na religião e abusam das vítimas também nesses locais”, afirma.

Leia mais: ‘Não é Não’: lei que protege mulheres de violência em bares e shows é sancionada
Editado por Jefferson Ramos
Revisado por Adriana Gonzaga

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