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‘Cavalo paraguaio’: há duas eleições, Amazonino sai na frente e é derrotado
Amazonino Mendes durante debate promovido por uma emissora de TV local. (Reprodução/Redes Sociais)
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15 de setembro de 2021
Gabriel Abreu – Da Cenarium
MANAUS – Enquanto pesquisas eleitorais vão mostrando o ex-governador Amazonino Mendes (sem partido) à frente na corrida eleitoral, há dois pleitos o cenário era o mesmo e o ex-gestor não conseguiu manter os bons números e acabou derrotado em 2018 e 2020. Nesta quarta-feira, 15, especialistas ouvidos pela CENARIUM apontaram que o ex-governador se encaixa bem com a expressão “cavalo paraguaio”.
“Cavalo paraguaio” é uma frase usada quando um animal que larga na frente e que tem grandes chances de vitória, mas que rapidamente perde o fôlego, sendo ultrapassado pelos demais adversários. Foi o que aconteceu nas duas últimas eleições que disputou. Amazonino Mendes largou na frente, mas foi derrotado pelo governador Wilson Lima (PSC) em 2018 e pelo prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), em 2020.
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Em 2018, Amazonino possuía a máquina estadual nas mãos já que estava no cargo por conta da eleição tampão, realizada em 2017, depois da cassação do ex-governador José Melo (Pros), por compra de votos nas eleições de 2014. Mendes ficou no cargo durante 1 ano e 4 meses e já estava no quarto mandato como governador do Amazonas.
O atual governador Wilson Lima (PSC) venceu o ex-governador Amazonino Mendes nos dois turnos, sendo que no segundo, Wilson Lima venceu com mais de um milhão de votos, com 58,50% dos votos válidos, enquanto Amazonino Mendes (PDT) teve 733.366 votos (41,50%).
2020
Nas eleições municipais de 2020, o ex-governador disputou as eleições contra o atual prefeito David Almeida (Avante). Com 100% das urnas apuradas, Almeida teve 51,27% dos votos. Foram 466.970 votos no total. O candidato derrotou Amazonino Mendes (Podemos), com 48,73% dos votos, o que corresponde ao total de 443.747 votos. No primeiro turno, David Almeida ficou em segundo lugar, com 22,36% dos votos (218.929 votos).
Análises
Para o diretor-presidente da Action Pesquisas de Mercado, Afrânio Soares, que realiza pesquisas eleitorais há mais de 25 anos, dois fatores foram responsáveis pela derrota de Amazonino Mendes nas eleições de 2018 e 2020. “O primeiro fator foi a onda do novo, de renovação, nomes novos na política, em 2018 e 2020 foi muito forte, o que já não era mais significativo para Amazonino que governou o Amazonas por mais de quatro vezes e a Prefeitura de Manaus por três vezes. O segundo é que o governador começa as disputas acomodado por estar na frente das pesquisas e isso acaba afetando diretamente o desempenho dele nas disputas”, explicou o pesquisador.
O cientista político Carlos Santiago lembra que todas as pesquisas eleitorais nesse período de pré-campanha dão o ex-governador a frente. O especialista afirma que ele se alimenta dos desgastes causados de alguns gestores, ambos e isso o mantém na frente das pesquisas, mas isso é apenas uma fotografia do momento atual, o que pode mudar totalmente o cenário em 2022.
“Os resultados das últimas eleições no Amazonas foram surpreendentes. A eleição de Wilson Lima e também a eleição de David Almeida são exemplos. Falar de eleição a 14 meses das eleições é um risco, visto que muita coisa pode mudar, e muita coisa pode mudar até o pleito de 2022”, salientou Santiago.
Em nota, a assessoria de comunicação do ex-governador Amazonino Mendes informou que ele ainda não definiu o cargo que irá disputar nas eleições de 2022 e que as pesquisas eleitorais refletem o momento atual. Ao contrário do que ocorreu nas últimas eleições, o ex-governador venceu outras seis eleições que disputou. Por fim, agradeceu a população por lembrar o nome dele nas pesquisas atuais, mesmo ele não tendo anunciado que seja candidato.
Perfil
Amazonino Armando Mendes nasceu em 1939 em Einurepé, no sudoeste do Estado, já na divisa com o Acre. Sua trajetória política começou ainda no regime militar (1964-1985), quando foi escolhido para ser prefeito de Manaus pelo então governador Gilberto Mestrinho, seu mentor político.
Em 1986, disputou pela primeira vez e venceu o cargo de governador do Amazonas. No início dos anos 90 teve uma rápida passagem pelo Senado, quando, em 1992, decidiu concorrer à prefeitura da capital, tendo Eduardo Braga como vice.
Em 1994, renunciou para, outra vez, pleitear o governo. Quatro anos depois foi reeleito governador. Elege seu sucessor, Eduardo Braga. Os dois rompem e ele decide encarar sua criatura em 2006, mas perde. Volta à Prefeitura de Manaus em 2008, que foi sua última eleição até ser eleito como governador-tampão em 2017.
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