CCJ do Senado adia votação da ‘PEC das Praias’ após pedido de vista


Por: Cenarium*

04 de dezembro de 2024
CCJ do Senado adia votação da ‘PEC das Praias’ após pedido de vista
Para tentar vencer resistência, Flávio Bolsonaro insiste que mudança no parecer evita privatização do litoral brasileiro(Riotur)

MANAUS – A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado adiou nesta quarta-feira, 4, a votação da PEC das Praias“, proposta de emenda à Constituição que põe fim à propriedade exclusiva da União sobre os chamados terrenos de marinha. A votação foi adiada após pedido de vista da base do Governo Lula (PT), que é contra a proposta.

A PEC foi aprovada pela Câmara dos Deputados em fevereiro de 2022, mas ganhou repercussão em maio deste ano, quando Flávio apresentou relatório favorável e realizou audiência pública a pedido do senador petista Rogério Carvalho (PT-SE), que é contra.

O debate se intensificou com o bate-boca virtual entre a atriz Luana Piovani e o jogador Neymar —que anunciou parceria com uma construtora para empreendimentos à beira-mar. No domingo (1º), a atriz voltou a chamar atenção para o tema.

Para tentar reverter a imagem de que haverá a privatização das praias brasileiras, Flávio criou um site com perguntas e respostas sobre a proposta e apresentou um novo parecer, em agosto, em que afirma que “as praias são bens públicos de uso comum do povo”.

O senador propõe uma emenda que diz: “As praias são bens públicos de uso comum do povo, sendo assegurado, sempre, livre e franco acesso a elas e ao mar, em qualquer direção e sentido, ressalvados os trechos considerados de interesse de segurança nacional ou incluídos em áreas protegidas por legislação específica, não sendo permitida qualquer forma de utilização do solo que impeça ou dificulte o acesso da população às praias, nos termos do plano diretor dos respectivos municípios”.

A base do governo Lula argumenta que a mudança é insuficiente para garantir que os futuros donos de terrenos à beira-mar sejam obrigados a permitir o acesso às praias a partir da compra.

Os terrenos de marinha ocupam uma faixa de 33 metros ao longo da costa marítima e das margens de rios e lagos que sofrem a influência das marés. A linha imaginária foi definida a partir da posição da maré cheia do ano de 1831. Ou seja, em cidades litorâneas, são áreas que ficam atrás da faixa de areia.

A propriedade desses imóveis é compartilhada com a União, que cobra uma taxa de foro pelo uso e ocupação do terreno. Em caso de transferência para outra pessoa, é preciso pagar outra taxa, o laudêmio.

A PEC facilita a transferência dos bens em áreas urbanas da União para estados e municípios ou para proprietários privados, em texto criticado por técnicos e especialistas por criar insegurança jurídica, permitir a privatização de áreas do litoral brasileiro e abrir brechas para grilagem.

(*) Com informações da Folhapress

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