Célia Xakriabá e Margareth Menezes defendem integração entre cultura e clima na COP30
Por: Jadson Lima
10 de novembro de 2025
MANAUS (AM) e BELÉM (PA) – A deputada federal Célia Xakriabá (Psol-MG) e a ministra da Cultura, Margareth Menezes, se encontraram nesta segunda-feira, 10, durante o primeiro dia da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), realizada em Belém (PA). A TV CENARIUM registrou o diálogo entre as autoridades em um dos espaços dedicados à discussão de políticas climáticas, onde abordaram a integração entre cultura e meio ambiente.
Durante o encontro, a parlamentar destacou a importância das mulheres indígenas e negras na formação social e cultural do País. Xakriabá afirmou que o Brasil só se consolida como nação ao reconhecer as “mulheres mátrias”, que sustentam modos de vida baseados na ancestralidade e na diversidade cultural. A fala foi acompanhada de uma crítica ao que ela classificou como “negacionismo climático”.

“Só existe o Brasil da pátria se reconhecer as mulheres mátrias, de onde o Brasil começa. O Brasil conhece mulheres indígenas e mulheres negras. A ministra da Cultura e eu temos conversado que, na verdade, o que sustenta todo o nosso modo de vida é o fato de que, culturalmente, nós somos diferentes. Cultura é transporte, cultura é solução climática, porque nós sabemos que é o nosso modo de vida”, disse.
A ministra Margareth Menezes reforçou as palavras da deputada e ressaltou o papel da cultura como instrumento de conscientização ambiental e de união entre os povos. Segundo ela, o fortalecimento das expressões culturais contribui para ampliar o entendimento sobre a relação entre humanidade e natureza. “Como eu ouvi, nós somos cultura”, afirmou a ministra.

COP30
A partir desta segunda-feira, 10, a capital paraense se torna a capital temporária do Brasil e o centro das negociações globais sobre mitigação e adaptação às mudanças climáticas, além dos investimentos necessários para viabilizar essas ações. A 30ª Conferência das Partes (COP30) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC, na sigla em inglês) segue até 21 de novembro.
Realizada pela primeira vez na Amazônia, bioma com a maior biodiversidade do planeta e essencial para a regulação do clima global, a COP30 carrega o desafio de recolocar a crise climática no centro das prioridades internacionais e a presidência brasileira do evento defende Belém como a virada de chave para conter o aquecimento global.
Informações da presidência da conferência apontam que delegações de 194 países e da União Europeia (UE) confirmaram participação nos debates. A capital paraense deve receber mais de 50 mil visitantes, entre negociadores diplomáticos, cientistas, representantes de governos, organizações da sociedade civil e movimentos sociais.
