CENARIUM apresenta guia de fontes da COP30 no Congresso Internacional da Abraji


Por: Ana Pastana, Jadson Lima e Marcela Leiros

12 de julho de 2025
CENARIUM apresenta guia de fontes da COP30 no Congresso Internacional da Abraji
Da esquerda para direita: a presidente da Abraji, Katia Brembatti, o jornalista da CENARIUM no Pará, Fabyo Cruz, a liderança indígena do Baixo Tapajós Auricélia Arapiun, a diretora-geral da CENARIUM, Paula Litaiff, e a gestora de Jornalismo da CENARIUM, Adrisa De Góes, durante o Congresso da Abraji, em São Paulo (Ricardo Oliveira/CENARIUM)

SÃO PAULO (SP) – A CENARIUM apresentou, neste sábado, 12, no terceiro dia do 20º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), um guia completo de fontes da Amazônia para profissionais que vão fazer a cobertura da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30), em Belém (PA). O evento ocorreu no campus Álvaro Alvim da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), em São Paulo.

O conteúdo foi compartilhado na mesa “Cobrindo a Amazônia no ano da COP30: um guia para fontes locais”, que contou com a mediação da presidente da Abraji, Katia Brembatti. Participaram do debate a liderança indígena do Pará Auricelia Arapiun, a diretora-geral da CENARIUM, Paula Litaiff, a coordenadora de conteúdo, Adrisa De Góes, e o jornalista de Belém (PA), Fabyo Cruz.

Além da apresentação do guia, foram expostas, pelos profissionais que atuam na Amazônia, experiências e desafios enfrentados na cobertura jornalística na região. Também foi reforçada a importância do tema debatido na Abraji e a necessidade de serem valorizadas fontes com vivências em territórios locais e tradicionais, sejam eles indígenas, quilombolas, extrativistas ou outros, como destacou Paula Litaiff.

A CENARIUM apresentou um guia de fontes sobre a COP30 com o objetivo de atuar na decolonização de informações sobre a Amazônia, a partir da perspectiva de lideranças e pesquisadoras da região amazônica. Buscamos mostrar para os estudantes e jornalistas nacionais e internacionais que é importante ouvir as vozes das pessoas que vivem na região e também os institutos e universidades que estão sediados na Amazônia”, afirmou Litaiff.

Guia Regional de Fontes da COP30

O guia foi elaborado por jornalistas da REDE CENARIUM, sob a coordenação da gestora de Jornalismo, Adrisa De Góes, e da gestora de Produção Multimídia, Bianca Diniz. A lista será atualizada periodicamente até a realização da COP30, em novembro. Colaborações podem ser enviadas para o e-mail: redacao@revistacenarium.com.br.

Valorização das instituições
Paula Litaiff, diretora-geral da Rede Cenarium, durante apresentação da mesa “Cobrindo a Amazônia no ano da COP30: um guia para fontes locais” na Abraji, em São Paulo (Alinne Bindá/CENARIUM)

A diretora-geral também ressaltou como a CENARIUM contribui com mídias locais, nacionais e internacionais, com fontes e dados, para a produção de conteúdo jornalístico profissional e técnico sobre a Amazônia. O veículo de comunicação tornou-se uma das principais fontes da região.

Paula Litaiff também ressaltou como a CENARIUM contribui com mídias locais, nacionais e internacionais (Alinne Bindá/Cenarium)

A CENARIUM tenta contribuir com a imprensa brasileira e até com a internacional, com personagens, pesquisadores, lideranças tradicionais, instituições não governamentais e governamentais que estão sediados na Amazônia e têm lugar de fala para falar sobre o evento da COP30, a partir de uma perspectiva real de existência de quem vive na região”, concluiu Paula Litaiff.

Auricelia Arapiun, liderança indígena do Baixo Tapajós, no Pará, e destaque nas lutas dos povos originários no Estado, reforçou que é por meio das vivências das comunidades tradicionais que os profissionais de comunicação poderão saber como é a realidade dos amazônidas impactados pela COP30.

A liderança indígena Auricelia Arapiun, do Baixo Tapajós, na Abraji, em São Paulo (Ricardo Oliveira/CENARIUM)

A Amazônia é a nossa casa, que está sendo invadida e tomada todos os dias, conosco lá dentro. É essa a expectativa de que, de fato, a gente consiga mostrar a realidade da COP30, a realidade dos povos, como nós estamos sob ameaça todos os dias. E também essa questão de respeito com quem vive lá”, destacou Auricelia Arapiun.

Cobertura em Belém

Durante o evento, o jornalista Fabyo Cruz falou sobre a sua atuação na cobertura de povos tradicionais e destacou a importância de ouvir as lideranças dentro dos territórios para compreender a realidade da região amazônica. Cruz pontuou, ainda, que a troca de conhecimento com jornalistas de outras regiões é uma forma de ampliar o debate e a visão paralela — não apenas a oficial — da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que passa pelos posicionamentos de povos tradicionais contra políticas que violam direitos e ampliam as desigualdades.

O jornalista da Cenarium no Pará, Fabyo Cruz, durante apresentação da mesa “Cobrindo a Amazônia no ano da COP:30: um guia para fontes locais”, na Abraji, em São Paulo (Ricardo Oliveira/CENARIUM)

O evento é importante tanto para o evento da Amazônia quanto para os representantes das comunidades indígenas. Inclusive, está presente nesse evento da CENARIUM a liderança Auricelia Arapiun, que mora no Baixo Tapajós e que, várias vezes, esteve nas nossas reportagens. Nós, que somos do Norte e da Amazônia, podemos contar a nossa realidade e trocar conhecimentos com jornalistas de outras regiões do Brasil e de outros países, falando um pouco da nossa perspectiva de jornalista amazônida”, destacou.

Um dos cases apresentados durante a rodada de debates foi a cobertura sobre a ocupação da Secretaria de Estado de Educação do Pará (Seduc-PA) por lideranças indígenas, quilombolas e professores, em janeiro deste ano. Cruz destacou que, segundo os representantes dos povos tradicionais, a COP começou quando o Poder foi desafiado por meio das mobilizações, para pressionar pelo cumprimento dos deveres que o Estado deve promover aos cidadãos.

Protagonismo na Amazônia

A gestora de jornalismo da CENARIUM, Adrisa De Góes, reforçou o compromisso e a importância de ouvir comunidades da Amazônia, abordando narrativas amazônicas para a construção de materiais e reportagens.

A gestora de jornalismo da Rede Cenarium, Adrisa De Góes, durante apresentação na Abraji, em São Paulo (Ricardo Oliveira/CENARIUM)

“A cobertura jornalística da crise climática na Amazônia exige escuta ativa das comunidades locais, compreensão das desigualdades socioambientais e capacidade de traduzir realidades complexas para o debate público. Com a COP30 se aproximando, é fundamental que o jornalismo feito a partir da região ganhe protagonismo, trazendo narrativas enraizadas no território, com profundidade, contexto e responsabilidade. Nesse debate, nós discutimos caminhos e práticas para uma cobertura crítica, conectada com a ciência e com os saberes tradicionais, a fim de entender os impactos reais da emergência climática”, destacou Adrisa De Góes.

COP30 no Congresso da Abraji

A presidente da Abraji, Katia Brembatti, reafirmou o compromisso do Congresso em abordar, anualmente, temas atuais e relevantes para os participantes. Brembatti lembrou que, nesta 20ª edição, a COP30 foi um eixo temático do evento.

A presidente da Abraji, Katia Brembatti (Bianca Diniz/Cenarium)

A gente não poderia deixar de lado a COP30, porque é o principal assunto do ano, aquele assunto macro do Brasil. Ano que vem é ano de eleição, tem outras pegadas, mas este ano a questão ambiental está em foco e, como foi dito aqui, não dá para desperdiçar essa oportunidade, não dá para se falar de COP30, de Amazônia, de uma forma superficial. Então, a Abraji decidiu falar de COP30 de uma forma aprofundada, com diversas mesas”, declarou Katia.

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