CENARIUM vence prêmio nacional com reportagem sobre ‘Reféns do Carvão’
Por: Jadson Lima
04 de dezembro de 2024
MANAUS (AM) – A CENARIUM conquistou, nesta quarta-feira, 3, o prêmio nacional do Judiciário sobre Direitos Humanos com uma série de reportagens sobre denúncias relacionadas ao trabalho análogo à escravidão em carvoarias no Estado de Roraima. O conteúdo jornalístico foi produzido em três meses.
A cerimônia de premiação do 11º Prêmio Anamatra de Direitos Humanos 2024 foi organizada pela Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra). O evento ocorreu em Brasília (DF), no auditório do Ministério Público do Trabalho e Territórios (MPDFT).

A série de reportagens que conquistou o prêmio denunciou o trabalho análogo à escravidão em carvoarias do estado de Roraima. O material foi produzido entre os meses de janeiro e março de 2023 e publicado em maio do mesmo ano, mês em que é celebrado o Dia do Trabalhador.

O conteúdo produzido pela CENARIUM identificou trabalhadores em situações degradantes, sem registros empregatícios, com jornadas de trabalho de até 14 horas diárias. Os locais também possuíam estrutura inadequada, com ausência de itens essenciais, como água potável e materiais de segurança; baixa remuneração, que pode chegar a R$ 10 ou R$ 100, por dia; e exposição a condições insalubres, com altas temperaturas, fumaça e sujeira.

O fotojornalista Ricardo Oliveira, autor dos registros da série de reportagens e vencedor da premiação, afirmou que o Jornalismo tem grande responsabilidade e mencionou violações de direitos humanos na Amazônia. “Todos nós somos um elo de construção comum. Nós, jornalistas, temos uma grande responsabilidade. Aqui na Amazônia temos violações contra Direitos Humanos. Nos produzimos a matéria prima de amanhã gerando reflexões e absurdos em pleno século XXI”, disse.

O prêmio Anamatra de Direitos Humanos 2024 tem o objetivo de valorizar ações que promovam a defesa dos direitos humanos nas relações de trabalho, além do combater todas as formas de discriminação no mercado. A premiação também leva em consideração a promoção de inclusão de deficientes; o combate ao trabalho infantil, escravo e degradante; a defesa do meio ambiente do trabalho e a defesa e promoção do trabalho decente.
Outra premiação
A série de reportagens Reféns do Carvão já venceu o 1º Prêmio Nacional de Jornalismo do Poder Judiciário em abril deste ano. Os 19 vencedores foram anunciados durante uma cerimônia realizada no Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília (DF). Em cada um dos cinco eixos temáticos, correspondentes aos cinco tribunais, foram premiados trabalhos nas categorias jornalismo escrito, de vídeo e de áudio, além da categoria fotojornalismo, que abrangeu todos os eixos.
Dos 261 trabalhos jornalísticos inscritos no prêmio, 92 foram selecionados como finalistas. Os vencedores de cada categoria ganharam troféus; os demais, até o quinto lugar, receberam certificados.
A iniciativa teve o objetivo de reafirmar a importância de um Poder Judiciário forte e de uma imprensa livre para a garantia do Estado Democrático de Direito, especialmente após os ataques de 8 de janeiro de 2023.