Censo: 26,8 mil indígenas Yanomami foram recenseados no AM e RR
31 de março de 2023

Da Revista Cenarium*
BRASÍLIA – “Agora sabemos quantos Yanomami nós somos”. A fala é da ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, após anúncio da conclusão do Censo Demográfico na Terra Indígena Yanomami (TIY). Para levar os recenseadores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) até as áreas de difícil acesso no território Yanomami, o Ministério dos Povos Originários liderou uma operação entre cinco ministérios.
A operação envolveu 47% dos setores censitários, que estão localizados na parte mais remota do território – os outros 53% já haviam sido recenseados durante o trabalho regular do Censo, no ano passado. Foram contados 16.560 Yanomami em aldeias dentro do território de Roraima e outros 10.294 em aldeias localizadas no Amazonas. Esse total de 26.854 já inclui os 5 mil cinco mil Yanomami que foram recenseados na operação aérea por helicópteros.

“A conclusão dos trabalhos do Censo representa uma das entregas mais simbólicas dos primeiros 100 dias do atual governo porque sinaliza justamente a união entre diferentes pastas e instituições com o objetivo de reconstruir nossa base de dados mais fundamental, que é o Censo”, afirmou a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet.
Leia também: IBGE inicia última etapa do recenseamento na Terra Indígena Yanomami
Foram 23 dias de operação no extenso território que passa pelos Estados de Roraima e Amazonas. Nesta sexta-feira, 31, os supervisores e recenseadores deixam a base de Surucucu, mantida pelas Forças Armadas, e de onde saíam em voos de helicópteros da Polícia Rodoviária Federal (PRF), dia a dia para coletar os dados censitários nas aldeias.
A operação envolveu os ministérios da Justiça e Segurança Pública (MJSP), da Defesa, dos Povos Indígenas (MPI) e da Saúde, além do MPO, responsável pela coordenação dos trabalhos. Diversas instituições, vinculadas aos ministérios, foram mobilizadas: a PRF (ligada ao MJSP); a Sesai (vinculada à Saúde); a Funai (ligada ao MPI); as Forças Armadas (vinculadas à Defesa); além do IBGE, ligado ao MPO. Além do governo federal, a operação contou com o apoio do governo de Roraima, que cedeu hangar em Boa Vista e auxiliou com barracas e pessoal da Defesa Civil especializado para gestão do alojamento.
O assessor especial do MPO, João Villaverde, apontou a importância da conclusão geral do Censo para os demais agentes públicos e privados: “Como a ministra costuma dizer, não há política pública de qualidade sem dados confiáveis e atualizados. Concluir o Censo, especialmente com uma ação que levou o IBGE a áreas do território que ele nunca tinha conseguido acessar em censos anteriores, é um gesto relevante neste sentido”, disse ele.