Censo aponta 40 mil crianças e adolescentes em união conjugal no Amazonas


Por: Fred Santana

12 de novembro de 2025
Censo aponta 40 mil crianças e adolescentes em união conjugal no Amazonas
Representação de homem adulto e criança (Imagem gerada por Inteligência Artificial: ImageFX)

MANAUS (AM) – Mais de 40 mil crianças e adolescentes entre 10 e 19 anos viviam em uniões conjugais no Amazonas, em 2022, segundo dados preliminares do Censo Demográfico divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no último dia 5. Desse total, quase 14 mil casos estão concentrados em Manaus.

O cenário é marcado por desigualdade de gênero: 73% dos jovens que vivem essas uniões são meninas. O dado mais sensível aponta que mais de 1,6 mil crianças têm apenas entre 10 e 14 anos. Os números não incluem terras indígenas, o que indica que o total pode ser ainda maior no Estado.

No conjunto da população de 10 anos ou mais, o Amazonas possui 3,1 milhões de pessoas, das quais 1,5 milhão vivia em união conjugal em 2022. Outras 1,6 milhão não viviam em união conjugal; 544 mil já haviam vivido união, mas não estavam mais casadas ou convivendo; e 1,1 milhão nunca havia vivido união conjugal. Entre 2010 e 2022, houve aumento em todos esses grupos.

O Amazonas ficou em 3º lugar no ranking nacional de pessoas solteiras, com 51,94% da população de 10 anos ou mais nessa condição. Na capital do Estado, o percentual foi ainda maior: 53,7%, o que colocou a capital na 7ª posição entre as capitais brasileiras com mais solteiros.

Entre os municípios, Santa Isabel do Rio Negro (AM) registrou o maior percentual de pessoas fora de união conjugal (58,3%), enquanto Manacapuru (AM) e Itacoatiara (AM) ficaram entre os municípios com maior proporção de moradores vivendo em união.

A faixa etária com maior número de pessoas em união conjugal no Amazonas foi a de 35 a 39 anos, com 205 mil pessoas vivendo com cônjuge ou companheiro. O grupo com menor número de uniões foi o de 10 a 14 anos, embora os casos nessa faixa etária tenham impacto social significativo por se tratar de uniões precoce e, frequentemente, forçadas ou condicionadas por fatores culturais e econômicos.

Manacapuru tem maior proporção de moradores vivendo em união (Reprodução/Prefeitura de Manacapuru)
População indígena

Entre as 135.594 pessoas indígenas de 10 anos ou mais identificadas no Estado, a união consensual é predominante. O Censo registrou 85 mil indígenas vivendo nesse tipo de união, além de 20.420 pessoas em casamento civil e religioso, 16.572 em casamento apenas civil e 12.180 em casamento apenas religioso.

Nas famílias com pelo menos uma pessoa indígena no domicílio, que totalizam 96,9 mil unidades domésticas, a configuração mais comum também é a de casal com filhos, com 47.330 registros. A nota técnica do IBGE ressalta que os dados sobre crianças e adolescentes em união não incluem Terras Indígenas, o que pode elevar significativamente os números de uniões precoces no Estado.

Unidades domésticas

O Amazonas contabilizou 1 milhão de famílias em 2022, sendo a maior parte composta por famílias únicas, geralmente formadas por duas ou três pessoas. O tipo mais frequente de composição familiar foi o de casal com filhos (399.308 unidades domésticas), seguido por casal sem filhos e por mulher sem cônjuge com filhos.

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Editado por Jadson Lima

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