Centenária árvore Guajará tomba sobre Casarão da Rocinha no Museu Emílio Goeldi no Pará
02 de janeiro de 2021
A ocorrência do tipo material no pavilhão Domingo Soares Ferreira Penna não deixou feridos. (Reprodução/O Liberal)
João Paulo Guimarães – Da Revista Cenarium
BELÉM – Parte da ramificação de uma árvore Guajará de 42 metros, uma das espécies mais antigas do parque Museu Emílio Goeldi, desabou nessa sexta-feira, 1º, sobre o Casarão Histórico da Rocinha. A ocorrência do tipo material no pavilhão Domingo Soares Ferreira Penna não deixou feridos.
Segundo o historiador e novo gestor da Fundação Cultural do Município de Belém (Fumbel), Michel Pinho, o acidente com o Casarão está ligado à antiguidade da construção do espaço. “O Parque é uma das mais antigas, se não for a mais antiga ocupação museológica da cidade, porque remonta ao final do século 19. Além disso, essas árvores são centenárias”, detalhou.
“A avaria não atingiu nenhuma pessoa e nenhum animal e o acervo não estava localizado lá, estava em outro prédio. Mas é importante que haja interesse do Governo Federal em recuperar e preservar aquele espaço que é tão importante para história de Belém”, finalizou Pinho.
O historiador Michel Pinho diz que está ligado à antiguidade da construção do espaço. (Reprodução/Facebook)
Entenda o caso
O pavilhão Domingo Soares Ferreira Penna faz parte do complexo zoobotânico localizado no centro da capital paraense, que possui 5,4 hectares e cercado por diversos prédios e asfalto. A árvore Guajará (Chrysophyllum venezuelanense) pertence à família das sapotáceas.
A ocorrência do tipo material no pavilhão Domingo Soares Ferreira Penna não deixou feridos. (Reprodução/Instagram)
No momento do tombamento, nenhum funcionário trafegava na área e nenhuma espécie animal foi atingida, apesar da proximidade à jaula das onças pintadas. O prédio que é patrimônio cultural e histórico, no entanto, teve parte de sua estrutura comprometida.
O Corpo de Bombeiros e a Secretaria de Estado e do Meio Ambiente e sustentabilidade já foram acionadas para as medidas protetivas por meio da administração do Museu Emílio Goeldi em atendimento emergencial para avaliação preliminar dos danos.
Patrimônio histórico
O casarão possui mais de 140 anos e construído na segunda metade do século 19. Ele já foi utilizado como espaço para laboratórios, coleções de espécimes da fauna e flora amazônica, além de exposições científicas, apresentações artísticas, chegando até servir de moradia para pesquisadores do exterior.
O prédio que é patrimônio cultural e histórico, no entanto teve parte de sua estrutura comprometida. (Reprodução/O Liberal)
O Museu Paraense Emílio Goeldi está vinculado ao Ministério da Ciência E Tecnologia e Inovação (MCTIC). É uma Instituição de pesquisa que abriga cerca de 80 espécies animais, com mais de três mil exemplares vivos em cativeiro, além de espécies livres com alto índice de reprodução. O espaço também é uma tradicional opção de lazer, aberto para visitação do público, que também funciona como uma sala de aula sobre a Amazônia e espaço de investigação científica.
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