Cheia do rio Negro tem estabilização após igualar recorde de 2012, diz alerta do CPRM

Pesquisadores indicam que o rio nos próximos dias comece a baixar, já que igualou à cheia recorde de 2012 (Ricardo Oliveira/Revista Cenarium)
Gabriel Abreu – Da Revista Cenarium

MANAUS – O Serviço Geológico do Brasil (CPRM) realizou nesta segunda-feira, 31, o último alerta de cheia do rio Negro para Manaus. A previsão é que o nível do rio alcance 30 metros, fique estabilizado e nas próximas semanas o rio Negro deve começar a baixar. O rio Negro segue estável em 29 metros e 97 centímetros.  

Nesse domingo, 30, o rio Negro registrou 29,97 metros no Porto de Manaus e  se igualou ao da maior cheia de toda a série histórica dos últimos 118 anos, que havia sido registrada em 2012. Desde o primeiro alerta, foi projetada uma cheia de grande magnitude.

A pesquisadora Luna Gripp, disse que o nível dos rios no Estado tende a se estabilizar nas bacias do Solimões e Negro e nas próximas semanas começar o período de vazante. “A tendência para os próximos dias é uma estabilização, a gente já vem observando aí na região, principalmente central da bacia do Negro, Solimões e Amazonas. É de estabilização e a partir das próximas semanas provavelmente os rios devem começar a baixar, é isso que a gente começar a observar”, explicou Luna.

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Previsão de chuvas

Um dos fatores que contribuíram para a cheia recorde dos rios no Amazonas foram as fortes chuvas nas bacias dos rios que contribuem especialmente para a cheia do rio Negro em Manaus. Além disso, o fenômeno La Niña, perdeu forças no último mês, é ele que resfria os oceanos e faz com que a zona de formação de nuvens seja empurrada para áreas mais ao norte da região, onde se concentra o fluxo de umidade. A previsão é que as chuvas diminuam nos próximos meses de acordo com Renato Cruz Senna, meteorologista do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam).

“O La Niña encerrou e o Atlântico entrou numa condição de normalidade, então o que a gente espera, que as chuvas reduzam e muito fortemente na bacia do Solimões, na bacia do Negro, elas vão entrar numa condição de normalidade e ainda chove bastante nas bacias do rio Branco em Roraima e na do Negro nos próximos meses, mas a bacia do Solimões tem um papel muito importante nesse processo de cheia do rio Negro e que a tendência é que nos próximos dias as chuvas nessa bacia serão abaixo da normalidade para esta época do ano”, destacou o meteorologista.

Interior

Além da capital, outras 58 das 62 cidades do Amazonas também foram afetadas pela enchente. Segundo a Secretaria Executiva de Ações de Proteção e Defesa Civil, o Estado tem 455.573 pessoas acometidas e 111.096 famílias atingidas pelo desastre.

Em Itacoatiara (a 270 quilômetros de Manaus), a cota fluviométrica do rio Amazonas atingiu a segunda maior da história, com 15,19 metros, mas segundo a Defesa Civil da cidade, a cota está estagnada há seis dias. O recorde foi registrado em 2009, quando o nível da água chegou a 16,04 metros.

Em Manacapuru, o rio Solimões já atinge 20,74m, de acordo com dados da Defesa Civil da cidade nessa sexta-feira, 28. O nível representa a segunda maior cheia da série histórica. Faltam apenas quatro centímetros para o nível da água atingir o recorde observado de 20,78m, de 2015.

Em Parintins (a 369 quilômetros de Manaus), a cheia do rio Amazonas atingiu, no dia 15 deste mês, a marca da maior enchente já registrada no município, quando o nível da água chegou a 9,38 metros. Segundo a Defesa Civil do município neste sábado, a cota já atinge 9,43 metros. Em relação à sexta-feira, 28, houve uma diminuição em 1 centímetro.

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