Cheia do rio Negro vira atração turística no Centro Histórico de Manaus

A esquina da Floriano Peixoto virou um dos principais pontos de visitação para quem vai até o centro de Manaus. (Ricardo Oliveira/Revista Cenarium)
Gabriel Abreu – Da Revista Cenarium

MANAUS – O nível do rio Negro alcançou, nesta segunda-feira, 24, a marca de 29 metros e 89 centímetros, em Manaus. No Centro da capital, devido à subida das águas, o fenômeno tem atraído pessoas a registrar o fato histórico. A ponte de madeira improvisada na avenida Floriano Peixoto, construída pela Defesa Civil Municipal, é um dos principais pontos, já que pela via somente os veículos do transporte coletivo trafegam pelo local.

O casal de Porto Velho, Maria Nogueira e Paulo Nogueira, está de passagem por Manaus e aproveitou para ir até o Centro da cidade para registrar. “Eu acho bonito alagado assim, é bonito registrar essa história, é muito bonito, e a gente não sabe quando vai se repetir, aproveito para mostrar para os meus netos e bisnetos”, relatou Maria.

Umas das pessoas que estavam no local fazendo fotos era Ana Lúcia Pereira, que mora em Manaus há 20 anos, ela conta que estava fazendo o registro para mostrar para a filha e para os netos. “Eu moro em Manaus há 20 anos e viver esse momento é uma experiência única e vir até aqui para mostrar para minha filha que mora em Santos/SP, para ela ver como estamos aqui”, disse Ana.

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Segundo Selma Batista, fundadora do Observatório do Turismo da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), a cheia do rio Negro, apesar do ineditismo, com previsão de atingir a cota de 30,35 m, de acordo com a CPRM, deve ser analisada como um alerta para os efeitos e as mudanças, relacionadas ao clima.

“Sem dúvida que o fenômeno da cheia se apresenta como uma potencialidade para o turismo, mas este valor agregado só virá associado as políticas públicas direcionadas ao déficit habitacional e ao sistema efetivo de saneamento público. Sem uma política de ordenamento para explorar esse potencial, trata-se de uma atividade que pode, inclusive, impactar negativamente a imagem do destino Manaus”, explicou Selma.

Impactos

O presidente do Amazonas Cluster de Turismo, Ricardo Daniel Pedroso, que representa as 25 maiores empresas do turismo no Amazonas e que empregam cerca de 2.200 pessoas no Estado, disse que o setor aposta na vacinação para a retomada total das atividades. “Sem dúvida a vacinação é a primordial, mas uma mudança da imagem do Brasil lá fora também será necessária”, afirmou Ricardo.

Mas para Selma Batista a retomada de decisão dos turistas, para a escolha de um destino, está relacionada à segurança quanto aos protocolos de higiene e saúde. A oscilação no número de casos de Covid-19, em Manaus, e a divulgação destes dados em âmbito internacional gera sim um impacto negativo na cadeia produtiva do turismo na região.

Por outro lado, ela aponta que o Amazonas, por conta da vocação para o turismo de natureza, sem aglomerações, é no contexto do paradigma “do novo normal”, o destino ideal. Explorar este potencial exige um esforço para o planejamento conjunto em diferentes instâncias de gestão e setores econômicos.

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