Cheia no Acre deixa desabrigados e governo pede ajuda federal


Por: Letícia Misna

14 de março de 2025
Rio Acre, na capital do Estado (Reprodução/Governo do Acre)
Rio Acre, na capital do Estado (Reprodução/Governo do Acre)

MANAUS (AM) – O Rio Acre, que banha a capital Rio Branco, ultrapassou, nesta semana, a cota de transbordamento, de 14 metros, invadindo residências e deixando várias pessoas desabrigadas. Na manhã desta sexta-feira, 14, a última atualização da Defesa Civil do município já indicava o nível de 15,17 metros, número que era esperado apenas para este sábado, 15.

Até o momento, a cheia, que também sente os impactos das fortes chuvas na região amazônica, já atingiu pelo menos 700 famílias em 13 bairros da cidade e em três comunidades da zona rural. Alguns moradores estão alojados em escolas e abrigos construídos pela Prefeitura de Rio Branco, enquanto o governo estadual solicitou apoio ao governo federal, caso a situação se agrave nos próximos dias.

Rio Acre pouco antes de atingir sua cota de transbordamento (Divulgação/Prefeitura de Rio Branco)

“No ano passado, passamos por uma grande cheia e, caso isso venha a se repetir, queremos estar prontos”, afirmou o governador do Acre, Gladson Cameli.

Em informativo divulgado pela Defesa Civil do Estado na quinta-feira, 13, outros municípios banhados pelo Rio Acre e atingidos pela inundação foram Porto Acre e Plácido de Castro, além de Cruzeiro do Sul, à margem do Rio Juruá.

Outras cidades do Estado, por sua vez, encontram-se em cota de emergência, a poucos metros — e até centímetros — do transbordamento, podendo subir nos próximos dias.

Níveis dos rios do Acre, atualizado na quinta-feira, 13 (Defesa Civil do Acre)

A Energisa, concessionária de energia que abastece o Acre, recomendou que a população não tente consertar eventuais problemas na eletricidade. A orientação é que, caso a casa seja atingida pela água, o disjuntor seja desligado, por alguém utilizando calçado de borracha e enxuto.

Capital sem água

Devido à cheia do Rio Acre, os flutuantes de captação das Estações de Tratamento de Água (ETA), que abastecem a capital, foram danificados e deixaram o serviço de distribuição de água totalmente paralisado. Na noite de terça-feira, 11, a ETA II afundou, e na quinta-feira, 13, a ETA I virou devido à correnteza.

Equipes do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Acre (CBMAC) trabalhando na remoção da ETA II (Divulgação/Governo do Acre)

O Serviço de Água e Esgoto de Rio Branco (Saerb) informou que está trabalhando para que o sistema retome a atividade, e pediu à “população que economize água armazenada até a normalização do abastecimento”.

ETA I após o naufrágio (Divulgação/Prefeitura de Rio Branco)

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