‘Chico Rato’ e outros seis foragidos do AM estão entre mortos no Rio


Por: Maria Peres

31 de outubro de 2025
‘Chico Rato’ e outros seis foragidos do AM estão entre mortos no Rio
Douglas Conceição de Souza era conhecido como “Chico Rato” (Reprodução/Arquivo/PC-AM)

MANAUS (AM) – O amazonense Douglas Conceição de Souza, conhecido como “Chico Rato”, está entre os mortos no massacre contra o Comando Vermelho (CV) realizado nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Além dele, outros seis foragidos do Amazonas também morreram na capital fluminense. As informações foram confirmadas nesta sexta-feira, 31, pelo governador Cláudio Castro (PL).

Castro afirmou que, das 99 pessoas já identificadas, 22 são de outros Estados, incluindo Amazonas, Pará, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Ceará e Paraíba. Do Amazonas, Chico Rato e Francisco Myller Moreira da Cunha, conhecido como “Gringo”, tiveram os nomes divulgados até agora. Chico Rato foi apontado pelas autoridades locais como um dos chefes do tráfico em Manaus e integrante do Comando Vermelho. Ao todo, 132 pessoas foram mortas na ação, segundo a Defensora Pública do Estado (DPE).

A ação, deflagrada na terça-feira, 28, mobilizou cerca de 2,5 mil agentes das polícias Civil e Militar, com o objetivo de desarticular a cúpula da facção criminosa. O Palácio Guanabara fala em 119 mortos – número que diverge da DPE –, 133 presos, e 118 armas apreendidas, das quais 91 delas fuzis. Os confrontos mais intensos ocorreram na Serra da Misericórdia, onde dezenas de corpos foram encontrados por moradores e levados à Praça São Lucas para reconhecimento.

Comunidade removeu corpos que estavam em área de mata no Complexo da Penha, no Rio de Janeiro (Tomaz Silva/Agência Brasil)

Durante coletiva de imprensa, o secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, e o governador Cláudio Castro confirmaram a presença de foragidos de outros Estados. “Temos bandidos do Amazonas, do Ceará e de Pernambuco. São pessoas com poder de decisão nos seus Estados, que vinham ao Rio dar ordens de morte a partir da tranquilidade que tinham em seus territórios”, afirmou Castro.

Quem era ‘Chico Rato’

Antes de ser morto no Rio, Douglas Conceição de Souza, conhecido como “Chico Rato”, havia sido condenado, em 2019, a 40 anos de prisão pelo duplo homicídio dos irmãos Isaías e Hilmes Rabelo, ocorrido em dezembro de 2017, na Zona Leste de Manaus. O julgamento foi conduzido pela 1ª Vara do Tribunal do Júri e resultou na pena máxima por dois homicídios qualificados.

De acordo com o Ministério Público, Chico Rato chegou à Rua João Só, no bairro Tancredo Neves, acompanhado de outro atirador, e executou as vítimas a tiros. Os irmãos teriam sido mortos por causa de dívidas com o tráfico. No mesmo ataque, duas pessoas ficaram feridas. Na época do crime, o autor dos crimes já cumpria pena em regime semiaberto por porte ilegal de arma e ainda respondia por outro homicídio na mesma região.

Apontado como pistoleiro do Comando Vermelho e homem de confiança de João Branco, líder da facção no Amazonas, Chico Rato era considerado um dos principais executores do grupo em Manaus. Sua morte no Rio confirma o envolvimento de criminosos do Norte nas articulações interestaduais da facção, que, segundo investigações, vem ampliando atuação nacional com base no tráfico de drogas e na disputa por territórios.

Leia mais: Sete governadores criam ‘Consórcio da Paz’ após massacre no RJ

O que você achou deste conteúdo?

VOLTAR PARA O TOPO
Visão Geral de Privacidade

Este site usa cookies para que possamos oferecer a melhor experiência de usuário possível. As informações dos cookies são armazenadas em seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.