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China proíbe transações com criptomoedas e bitcoin despenca
Bitcoins: indústria de criptomoedas movimenta US$ 1 bilhão na China (Benoit Tessier / REUTERS)
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24 de setembro de 2021
Com informações do Infoglobo
PEQUIM – A China proibiu nesta sexta-feira, 24, todas as transações com criptomoedas, no mais duro golpe contra a indústria de moedas digitais, que movimenta US$ 1 bilhão no País. Com a medida, o valor do bitcoin e outras divisas virtuais despencaram. Só o bitcoin, a mais popular delas, caía 7,9% nesta manhã em Nova York, cotado a US$ 41.166.
O Banco Popular da China, o banco central do País, anunciou que todas as operações com criptomoedas serão consideradas ilícitas, incluindo os serviços prestados por bolsas fora do País. Também afirmou que essas divisas não são moedas fiduciárias, ou seja, não têm seu valor garantido pelo governo e que, por isso, deixarão de circular.
O BC chinês pometeu ainda acabar com a mineração ilegal de criptomoedas. Concorrentes do bitcoin tiveram quedas de valor ainda mais intensas. Ether, EOS e Litecoin recuaram mais de 10%.
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A ofensiva chinesa contra as criptomoedas não é de hoje. O País é um dos maiores “parques” de mineração do mundo, o que levantou preocupações entre autoridades com riscos de fraude, lavagem de dinheiro e uso intenso de energia, num momento em que a China busca reduzir suas emissões de CO2.
Com todos esses cuidados, o minerador garante a continuidade do processo de geração de bitcoins, e inclusive recebe taxas pagas pelos usuários ao validar uma mineração.
Só no mês de abril, a mineração de bitcoins faturou US$ 1,7 bilhão, ou US$ 56,7 milhões por dia, segundo o site da Bolsa eletrônica Nasdaq.
O País detém 46% da potência mundial de computadores usados para minerar criptomoedas, segundo o Índice de Consumo de Energia para Bitcoin da universidade de Cambridge, que acompanha de perto essa atividade.
A mineração de bitcoin e outras moedas virtuais demandam muita energia, porque a criação dessas moedas é obtida por meio de equações altamente complicadas resolvidas por supercomputadores em milésimos de segundo, ligados por uma rede paralela na internet.
Além da questão ambiental, o governo chinês mira efeitos da expansão das criptomoedas sobre seu sistema financeiro.
“A China está lidando com desafios sistêmicos, incluindo as criptomoedas, o caso Evergrande (gigante imobiliária à beira do colpaso) e uma desaceleração econômica. Minha expectativa é que o País não vai voltar atrás na sua decisão em breve”, diz David Tawil, da consultoria ProChain Capital.
Além dos chineses, governos de vários países vêm expressando preocupações com o avanço das moedas digitais. Recentemente, a SEC, o órgão regulador do mercado de capitais americano, emitiu alerta em que apontava o risco de a indústria de criptomoedas estar vivendo um momento semelhante à cultura tóxica nos mercados que antecedeu a crise financeira de 2008.
Por outro lado, há nações que buscam ampliar o uso das moedas virtuais. El Salvador criou sua própria moeda digital, o Chivo, que passou a ser considerada um segunda divisa oficial no País.
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