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Chuvas em Minas Gerais deixam 145 cidades em situação de emergência
Vista aérea de Juatuba (MG), inundada pelas fortes chuvas que atingem o Estado desde o início do ano (Douglas Magno/AFP)
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10 de janeiro de 2022
Com informações da Folhapress
BELO HORIZONTE — As intensas chuvas que atingem Minas Gerais neste início de ano puseram 145 municípios em situação de emergência, de acordo com o boletim mais recente da Defesa Civil do Estado. Desde outubro do ano passado, as chuvas foram responsáveis por nove mortes no Estado – os óbitos decorrentes da tragédia em Capitólio não serão computados nesse balanço até o fim das investigações. Além disso, 13.734 pessoas tiveram que deixar suas casas temporariamente e 3.409 ficaram desabrigadas
Em Belo Horizonte, uma mulher de 42 anos morreu na manhã desse domingo, 9, soterrada após o desabamento de sua casa, segundo a Defesa Civil. Na cidade de Dores de Guanhães, a 200 km da capital, uma pessoa morreu no início da noite de domingo, 9, em decorrência de um deslizamento e ainda há pessoas soterradas.
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De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), durante o fim de semana e até a manhã de segunda-feira, 10, choveu de forma contínua em grande parte do Estado. A região metropolitana de Belo Horizonte e as regiões central e oeste de Minas foram as mais atingidas.
Na capital mineira, entre sexta-feira, 7, e esta segunda-feira, 10, foi registrado um volume de 381,6 milímetros de chuva, segundo o instituto. Entre sábado, 8, e domingo, 9, o número chegou a mais de 200 milímetros em 24 horas. As chuvas devem continuar com alto volume neste início de semana, principalmente nas regiões central, leste e zona da mata. A expectativa é de que a partir de quarta-feira,12, haja uma redução das chuvas no Estado.
No período de chuvas entre 2020 e 2021, o número de municípios que decretaram situação de emergência ou calamidade pública em Minas foi de 58. Já no período anterior, na virada de 2019 para 2020, foram 256 cidades em situação de emergência ou calamidade.
Em entrevista coletiva na tarde desta segunda, 10, o governador Romeu Zema (Novo) disse que o governo federal disponibilizou R$ 47 milhões para as cidades que foram afetadas pela chuva. O governo estadual solicitou aos prefeitos dos municípios atingidos e a defesa civil que levantem dados sobre os impactos. Segundo o governador, a prioridade do Estado é a ajuda humanitária para as pessoas que estão sofrendo atualmente com as enchentes.
O governo de Minas também afirma que destinou R$ 1,2 milhão para a compra de cestas básicas emergenciais para os atingidos. “Essas cestas estão sendo adquiridas e entregues paulatinamente, em virtude do aumento de demanda nas operações logísticas de final de ano”, afirma o governo.
Além disso, R$ 9,9 milhões foram liberados pelo governo federal para aquisição de itens básicos para ajuda humanitária emergencial, como kits de higiene, limpeza e colchões. Em Raposos, na região metropolitana de Belo Horizonte, a prefeitura diz que o Rio da Velhas subiu cerca de nove metros. A maior parte da cidade foi afetada com as inundações, mesmo áreas mais altas, que não eram atingidas por enchentes anteriores.
Mais da metade da população de Raposos foi diretamente afetada pelas inundações. Ao menos mil casas foram inundadas De acordo com a prefeitura, 2.000 pessoas estão desabrigadas e aproximadamente 9.000 estão desalojadas. A cidade possui cerca de 16 mil habitantes.
Na manhã desta segunda-feira, 10, a chuva diminuiu na cidade. Mas voltou a chover durante a tarde. A avaliação total dos danos causados ainda depende de uma redução maior do nível do rio. A chuva também fez com que o rio Piracicaba inundasse neste domingo, 9, alagando a cidade de Nova Era, a 140 km de Belo Horizonte. Por causa da força da água, uma ponte não resistiu e acabou se rompendo.
No sábado, 8, o Corpo de Bombeiros confirmou o transbordamento de uma pequena estrutura ligada a uma barragem em Nova Lima, na região de Belo Horizonte (MG). Por causa da força da água, uma ponte não resistiu e acabou se rompendo.
A mina Pau Branco, da francesa Vallourec, em Nova Lima (MG), foi interditada após o transbordamento de um dique, segundo informações da Reuters. Com isso, Vale, CSN e Usiminas paralisaram suas operações. As chuvas afetaram a circulação de veículos em mais de cem pontos nas rodovias que cruzam o Estado, segundo a Polícia Rodoviária Estadual, que afirmou nesta segunda-feira, 10, que o risco de inundações, quedas de barreiras e deslizamentos é muito alto e que, por isso, as pessoas deveriam evitar as estradas mineiras.
No domingo, 9, a estrutura de um prédio no bairro Buritis, na região oeste de Belo Horizonte, começou a ceder. Em nota, a prefeitura informou que não há vítimas e, por questões de segurança, a Defesa Civil orientou os moradores a deixarem o local para uma vistoria de risco.
“Belo Horizonte registra um volume de chuva significativo o que potencializa ocorrências de risco geológico em toda cidade”, afirmou a prefeitura, em nota. Na manhã deste domingo, 9, a queda de parte de um cânion sobre lanchas que passeavam pelo lago de Furnas, em Capitólio, deixou ao menos dez mortos. Para especialistas, o desabamento pode ser explicado por uma combinação entre as características naturais das rochas no local e a ação da água e do vento.
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