Cientistas Japoneses descobrem lesmas do mar que criam novos corpos após decapitação

Cientistas descobriram que lesma do mar pode viver até 10 dias sem cabeça por meio de fotossíntese (Imagem: Reprodução/Youtube)

Com informações do UOL

MANAUS – Cientistas japoneses descobriram um novo nível de regeneração no mundo animal, atestando que alguns tipos de lesmas marítimas podem criar novos corpos depois de decapitadas. O estudo publicado nesta semana pela Universidade das Mulheres de Nara testou 16 lesmas do mar, cortando suas cabeças. Seis delas conseguiram se regenerar, e três sobreviveram ao “ataque” biológico. Uma delas até mesmo conseguiu recriar o próprio corpo duas vezes.

Segundo a pesquisa, divulgada em uma revista de biologia, as lesmas que se regeneraram eram de duas espécies diferentes encontrada especialmente no Japão. Com a descoberta, os cientistas pretendem aproveitar dados na pesquisa sobre regeneração de tecido humano.

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Uma das pesquisadoras responsáveis pelo estudo, Sayaka Mitoh disse à agência AP que ama estudar lesmas do mar porque elas são pequenas, fofas e estranhas. Ela explicou que algumas espécies conseguem até mesmo fazer fotossíntese, como se fossem uma planta.

Um dia, enquanto trabalhava no laboratório, ela percebeu algo diferente: uma das lesmas havia decapitado a si mesma, mas sua cabeça continuava em movimento. Depois, algumas outras fizeram o mesmo, de acordo com o relatório disponibilizado na revista Current Biology.

Outras criaturas também podem se regenerar, como as planárias, ou até desconectar partes de seu corpo quando precisam, como lagartos, que chegam a deixar suas caudas para trás para fugir mais facilmente de predadores, em uma prática definida biologicamente como autotomia.

“Nós achamos que esse é o caso mais extremo de autotomia” disse o professor Yoichi Yusa, que coordenou o estudo, à AFP, comentando as descobertas sobre as lesmas marítimas. “Alguns animais podem autotomizar pernas, apêndices ou caudas, mas nenhum outro animal despedaçou seu corpo inteiro”, afirmou ele.

A cientista canadense Susan Anthony, que não participou da pesquisa, afirmou que apesar das lesmas estudadas chegarem a “apenas” 15 centímetros de comprimento, antes era comum acreditar que elas ainda seriam grandes demais para sobreviver por algum tempo sem um coração ou sem nutrientes até o cérebro. Mas, segundo ela e Yusa, é o comportamento extraordinário dessas espécies em relação a fotossíntese que explica esse fenômeno.

Quando essas lesmas se alimentam de um certo tipo de alga, elas podem fotossinterizar sua comida a partir da luz do sol e do oxigênio, como as plantas, por cerca de 10 dias, explicou Yusa. Essa é a provável tática de sobrevivência utilizada por esses organismos depois da decapitação. Elas inclusive mudam de cor para adotar um tom de verde, e o fato de que elas reduzem seu tamanho com a perda de uma parte do corpo ajuda na tática.

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