Da Revista Cenarium*
MANAUS – Um grupo de pesquisadores de cinco países da América do Sul lança, neste mês de outubro, a “plataforma Botos Amazônicos”. Esta ferramenta tem o objetivo de disseminar informações sobre os “golfinhos de rio” da região amazônica– e traz diversos dados sobre as espécies como distribuição geográfica, estimativas populacionais, ameaças e barreiras naturais.
A plataforma está sendo lançada na semana em que se comemora o World River Dolphin Day – em português, o “Dia Internacional dos Golfinhos de Rio”, ou “Dia Mundial do Boto” – que é celebrado em 24 de outubro.
O objetivo é que a plataforma ajude nos processos de tomada de decisão e no planejamento de ações para a conservação destes mamíferos. Botos Amazônicos está disponível em inglês com acesso gratuito. Versões em português e espanhol estão sendo produzidas; e um storymap com informações resumidas em português está disponível para consulta pública.
A iniciativa é fruto do trabalho de um colegiado de cientistas chamado SARDI – South American River Dolphins Initiative, ou “Iniciativa Golfinhos de Rio da América do Sul” – que reúne pesquisadores de cinco países (Brasil, Peru, Colômbia, Bolívia e Equador) para gerar novos conhecimentos sobre esses animais. O WWF-Brasil é um dos facilitadores deste coletivo desde o seu surgimento, em 2017.
Pesquisa
Nos últimos anos, os cientistas de SARDI têm feito diversas expedições às bacias dos rios Amazonas e Tocantins-Araguaia, no Brasil; e Orinoco, na Colômbia. Eles compilaram resultados de expedições que percorreram cerca de 47 mil quilômetros de rios amazônicos, com 42 esforços de estimativas populacionais feitos em 45 rios, tributários e lagos.
Botos Amazônicos está estruturado na forma de um mapa que traz diversas camadas (layers) de informação. Assim, e possível combinar essas camadas para fazer leituras mais detalhadas dos dados constantes na plataforma.
Entre as camadas disponíveis, há uma que mostra todas as expedições feitas a campo para estudar botos na América do Sul; a localização de hidrelétricas previstas na Amazônia; a localização das Terras Indígenas dentro deste bioma; os locais onde já foram feitas colheitas de material genético dos botos; e onde esses animais têm sido contaminados com mercúrio.
É possível fazer também buscas específicas pelas populações de botos existentes no continente: o boto-cor-de-rosa (Inia geoffrensis); o boto-tucuxi (Sotalia fluviatilis); o boto-boliviano (Inia boliviensis) e o boto-do-Araguaia (Inia araguaiaensis).
(*) Com informações do portal Neo Mondo
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