Cinegrafista amazonense se alista para lutar na guerra da Ucrânia com a Rússia
Por: Bianca Diniz
29 de setembro de 2025
MANAUS (AM) – Natural de Manaus (AM), o cinegrafista Renato Belém Ramos, 38 anos, se alistou para lutar na guerra da Ucrânia com a Rússia como membro da Legião Internacional de Defesa Territorial, criada pelo governo de Volodymyr Zelensky para receber combatentes estrangeiros. Renato compartilhou, nas redes sociais, o trajeto da capital amazonense até o país europeu.
Pai de dois filhos, uma menina de 12 anos e de um jovem de 19 anos, Renato publica nas redes, com frequência, conteúdo relacionado ao conflito iniciado em fevereiro de 2022, quando a Rússia atacou o país. Uma das imagens mostra soldados ucranianos com a seguinte legenda: “A visão que o inimigo mais teme! #legiãointernacional“, diz o profissional.
Em junho deste ano, ele compartilhou uma foto mostrando seu preparo para o alistamento: “Treinamento para missão à defesa da pátria, mas não a do Brasil”, declarou, indicando que a decisão de participar da guerra era planejada há meses.
O grupo de nove brasileiros já estava alistado na legião e aguardava a convocação oficial, divulgada na semana passada, que orientou os integrantes a se reunirem em Salvador (BA) antes de seguir para o país europeu. Renato deixa para trás uma carreira consolidada no jornalismo, com passagem por veículos como Rede Amazônica, TV Norte e TV A Crítica.
Conflito
Em 24 de fevereiro de 2022, a Rússia iniciou os ataques ao território ucraniano, inclusive bombardeando a capital Kiev. A possível entrada da Ucrânia na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) foi apontada como um dos principais motivos para a guerra, pois a Rússia demonstrava interesse em recuperar seu território, uma vez que foi um dos maiores impérios do mundo.
Nos três anos de guerra, a Ucrânia perdeu faixas de terra, conseguindo recuperar algumas graças à ajuda militar de seus aliados ocidentais. Milhões de ucranianos foram deslocados, com milhares mortos ou feridos. Desde a invasão de 2022, a Ucrânia perdeu o controle de cerca de 11% de suas terras, conforme análise da CNN de dados do Institute for the Study of War, um monitor de conflitos sediado nos EUA.
Ao levar em conta as terras já perdidas para a Rússia e os separatistas apoiados pelos russos desde o início do conflito em 2014, o total de terras que a Ucrânia perdeu para Moscou desde então era de cerca de 18%, em fevereiro deste ano, segundo cálculos da CNN.
Em junho deste ano, relatório do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS), de Washington, apontou que cerca de 950 mil de russos já teriam morrido ou ficado ferido. Entre os ucranianos, esse número chega a 400 mil.