Citado em CPI da Saúde, ex-governador do AM se coloca à disposição para esclarecimentos

Carolina Givoni – Da Revista Cenarium

MANAUS – Com avanço das investigações da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa do Estado (ALE/AM), sobre as gestões executivas na Secretaria de Saúde do Amazonas (Susam) no período de 2011 a 2020, o ex-governador interino do Estado, David Almeida (Avante), colocou-se à disposição da Casa Legislativa em vídeo divulgado nesta segunda-feira, 27, para prestar esclarecimentos.

Almeida, que também é pré-candidato à Prefeitura de Manaus, aparece em vídeo gravado para as redes sociais, afirmando protocolar um requerimento na ALE/AM, além de desafiar o principal concorrente eleitoral e ex-governador, Amazonino Mendes, a fazer o mesmo.

“Nesse requerimento eu solicito a CPI que aprove uma indicação, convite, convocação, pode ser um requerimento, me convidando. Estou me colocando à disposição para prestar esclarecimentos, porque na última quinta-feira, foi citado um pagamento na minha gestão, como governador interino. (…) Após a minha vinda, se a ALE/AM assim entender, certamente o governador Amazonino Mendes vai ter que comparecer à Assembleia, porque tem muitos documentos, documentos oficiais e eu quero que ele faça o mesmo que eu: se coloque à disposição da CPI para prestar esclarecimentos”, desafia.

Envolvimento

David Almeida é imerso na investigação após a CPI acompanhar desdobramentos de supostos superfaturamentos de exames preventivos de colposcopia e procedimento de conização, exame que identifica câncer no colo uterino.

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A empresa Norte Serviços Médicos, supostamente, envolvida no esquema, teria faturado cerca de R$ 868 mil, durante quatro dias, ao atender 100 mulheres com suspeita de câncer no colo do útero. O valor é 600% mais caro que o praticado em clínicas particulares, pagos em 2017 sob a gestão do ex-governador.

Gestão Amazonino

Na última administração de Amazonino, o então secretário de Saúde e amigo pessoal do ex-governador, Francisco Deodato, dispensou 55 processos de licitação na pasta, totalizando o valor de R$ 27 milhões – a maioria oriunda de verba federal – para empresas suspeitas de “apadrinhamento” por serem ligadas a parlamentares.

No mesmo período, Amazonino não prestou contas da utilização de R$ 1 bilhão do  Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) na Secretaria de Educação (Seduc). Não há informações de que a PF investigou os casos.

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