ClimaInfo aponta políticos que atuam contra agenda climática no Brasil
Por: Adrisa De Góes*
02 de julho de 2025
MANAUS (AM) – O ClimaInfo divulgou, nesta quarta-feira, 2, uma lista de políticos que, segundo a organização, estão entre os principais responsáveis por retrocessos ambientais no Brasil. O conteúdo foi publicado nas redes sociais da instituição, com o título “Cara a cara com quem joga contra o planeta”, acompanhado das fotos de seis políticos do País, dentre eles o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), e o senador do Amazonas Omar Aziz (PSD).
A lista do ClimaInfo faz uma analogia a um jogo de cartas e destaca: “Conheça os rostos por trás das decisões que aceleram o colapso climático”. “Sabe quem são os verdadeiros inimigos do clima? No Brasil, todos têm algo em comum”, questiona a organização. Veja a publicação original abaixo.
De acordo com a instituição, apesar dos citados defenderem publicamente o “desenvolvimento sustentável” ou a “transição energética”, as ações deles no Congresso ou nos governos estaduais revelam o contrário: apoio a projetos de exploração em áreas sensíveis, enfraquecimento da legislação ambiental e incentivo à expansão de atividades predatórias na Amazônia.
Entre os nomes apontados está o governador do Pará, Helder Barbalho. Embora se declare a favor de uma transição energética justa, ele tem sido um defensor da exploração de petróleo na região amazônica.
Outro nome destacado é o do senador Omar Aziz, um dos articuladores do Projeto de Lei (PL) 2.159/2021, que flexibiliza as regras de licenciamento ambiental, chamado por ambientalistas de “PL da Devastação”. A proposta foi aprovada com apoio do parlamentar no último dia 21 de maio, no Senado Federal.
Também senador pelo Amazonas, Plínio Valério (PSDB) aparece na lista como aliado do agronegócio que defende a abertura de Terras Indígenas (TIs) e florestas para o avanço da soja e da pecuária, o que ameaça diretamente povos originários e áreas preservadas.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), também é citado por seu apoio à exploração de petróleo na Foz do Amazonas. O parlamentar costuma justificar a medida como forma de combater desigualdades regionais, mas, segundo o ClimaInfo, evita mencionar os conflitos de interesse, como o fato de sua família ser proprietária de uma rede de postos de combustíveis.
Já o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara, é apontado como articulador de retrocessos ambientais, embora utilize o discurso do “desenvolvimento sustentável”. Sua atuação dentre os políticos no Congresso tem favorecido propostas que reduzem proteções ambientais.
O levantamento também questiona a atuação do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD-MG). Para o ClimaInfo, falta clareza do governo federal quanto a um plano concreto de transição energética, prometido à população.
A organização alerta que os custos da emergência climática, como ondas de calor, chuvas extremas, insegurança alimentar e perda de biodiversidade, estão sendo pagos pela população, enquanto grupos ligados ao petróleo, à mineração e ao agronegócio seguem lucrando com políticas de destruição.