Coalizão Negra por Direitos vai à Justiça contra exclusão de obras da Palmares

Presidente da instituição, Sérgio Camargo, afirmou que 'todas as obras que corrompem a missão cultural da Palmares' seriam excluídas (Pedro Ladeira/Folhapress)

Mônica Bergamo – da Folhapress

SÃO PAULO – A Coalizão Negra por Direitos, que reúne mais de 200 entidades, coletivos e organizações do movimento negro, ingressou com ação civil pública na Justiça Federal de SP contra o presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, na quarta, 16. O grupo quer que seja impedida a exclusão de obras do acervo da instituição.

Na ação, a coalizão afirma que Camargo pratica atos de improbidade administrativa e “promove ações deliberadas que podem ensejar a perda irreversível e imensurável do patrimônio cultural e histórico da população negra” e “que a honra e a dignidade da população afro-brasileira e também de patrimônio público e social serão violados caso obras sejam retiradas do acervo”.

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Na sexta, 11, a Palmares publicou o relatório “Retrato do Acervo: A Doutrinação Marxista”. Camargo afirmou que “todas as obras que corrompem a missão cultural da Palmares” seriam excluídas. “Um livramento!”, escreveu numa rede social.

A Folha de S.Paulo mostrou que além de obras de Marx, Engels e Lênin, a lista do expurgo de livros contém títulos de autores como Max Weber, Eric Hobsbawn, H. G. Wells, Celso Furtado, Marco Antônio Villa.

“É preciso que a sociedade garanta o direito à memória coletiva a fim de assegurar e preservar o direito de continuidade de sua história”, diz a ação. ​

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