Com 16 mil casos, malária se dissemina em quatro municípios banhados pelo Rio Negro, no AM


11 de outubro de 2020
Com 16 mil casos, malária se dissemina em quatro municípios banhados pelo Rio Negro, no AM
São Gabriel da Cachoeira registrou mais de 7 mil casos de malária (Ricardo Oliveira/Revista Cenarium)

Náferson Cruz – Da Revista Cenarium

MANAUS – Com 16.204 notificações de casos de malária, São Gabriel da Cachoeira, Santa Isabel do Rio Negro, Barcelos e Manaus, municípios banhados pelos Rio Negro, são responsáveis por 50,1% dos registros da doença no Amazonas. De janeiro a setembro deste ano foram contabilizados 32.547 casos em todo o Estado.

Segundo dados do Sistema de Informações de Vigilância Epidemiológica – Malária (Sivep-Malária), do Ministério da Saúde, São Gabriel da Cachoeira, no extremo Noroeste do País, é o município com maior número de casos (7.293), seguido por Manaus com 3.748. Barcelos registrou 3.265, Tapauá 2.779 e Santa Isabel do Rio Negro 1.898.

Uma das preocupações é o crescimento, no Alto Rio Negro, da malária P. falciparum, o tipo letal da doença. São 2.164 casos, o que representa 31% do total registrado no município. Os índices, segundo a Fundação de Vigilância Sanitária do Amazonas (FVS-AM), estão muito acima de 10%, percentual considerado como aceitável de ocorrências da doença tipo falciparum na Amazônia Legal.

O ranking das cidades amazonenses que mais apresentaram registro de casos de malária segue com Lábrea (1.876); Coari (1.648); Carauari (1.516); Tefé (1.208); Eirunepé (1.153); Atalaia do Norte (1.143); Ipixuna (1.095); Jutaí (1.059); Canutama (977); Manicoré (961) e Maués com 928.

São Gabriel da Cachoeira em vigilância

O chefe do Departamento de Vigilância Ambiental da FVS-AM (DVA/FVS-AM), Elder Figueira, apontou que uma equipe de técnicos da FVS-AM estão, desde o dia 04 deste mês, apoiando ações locais de intensificação da vigilância e controle da malária. O município de São Gabriel da Cachoeira, segundo Figueira,  apresentou aumento de 11,17% de casos.

“Estamos no período sazonal de maior ocorrência de casos em São Gabriel da Cachoeira. Além de dar suporte à vigilância da cidade, a nossa equipe técnica está propondo parcerias entre instituições locais para garantir a continuidade de medidas no período de troca de líderes municipais que pode ocorrer nas próximas eleições”, detalhou o chefe do DVA/FVS-AM.

Embora tenha contabilizado 1.153 casos de malária, bem abaixo de São Gabriel da Cachoeira, o município de Eirunepé foi que apresentou maior elevação nos registros da doença, 162,05% dos casos, segundo dados do sistema Sivep-Malária. 

Período sazonal

A diretora-presidente da FVS-AM, Rosemary Costa Pinto, explica que o período sazonal da malária iniciou em julho e segue até o fim de outubro em todo o Estado. A orientação é que as secretarias municipais de saúde intensifiquem o controle, principalmente, nas cidades que apresentaram aumento de casos.

“As ações de controle, por meio de busca ativa, diagnóstico e tratamento oportunos, além de ação integrada são importantes e contribuem para o controle de casos de malária”, completa a gestora da FVS-AM.

A Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn), do povo Baré, diz que a situação está ‘insustentável’ na região e que exige empenhos urgentes das instituições públicas responsáveis.

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