Com bens bloqueados, governador do AM rompe compromissos em Brasília para acompanhar operação da PF

Wilson Lima cumpria agenda de trabalho em Brasília, segundo o governo do Amazonas. (Divulgação/Secom)

Bruno Pacheco – Da Revista Cenarium

MANAUS – O governo do Amazonas informou, por meio de nota, que o governador do Estado, Wilson Lima (PSC), que estava em Brasília (DF) na manhã desta terça-feira, 30, teve de romper agenda de compromissos na capital federal para acompanhar as investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, que apuram possíveis fraudes na saúde pública do Estado. Os envolvidos na investigação tiveram os bens bloqueados no valor R$ 2,976 milhões.

“O Governo do Amazonas informa que aguarda o desenrolar e informações mais detalhadas da operação que a Polícia Federal realiza em Manaus para, posteriormente, se pronunciar sobre a ação”, diz trecho da nota.

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A operação, denominada ‘Sangria’ em alusão às suspeitas de que uma revendedora de vinhos tenha sido usada para desviar recursos públicos destinados ao combate da Covid-19, cumpriu 20 mandados de busca e apreensão e 8 de prisão temporária.

Os mandados judiciais foram expedidos pelo ministro Francisco Falcão, do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Entre os presos, estão: a secretária de saúde, Simone de Araújo de Oliveira Papaiz, que assumiu Susam em março; o ex-secretário de saúde, João Paulo Marques dos Santos; o ex-secretário executivo adjunto de saúde, Perseverando da Trindade Garcia Filho; o ex-gerente de compras da secretaria de saúde, Alcineide Figueiredo Pinheiro; o empresário Cristiano da Silva Cordeiro; o proprietário da empresa FJPA & CIA, Fábio José Antunes Passos, que vendeu os respiradores para a secretaria de saúde; a dona da empresa Sonoar, Luciane Zuffo Vargas de Andrade; e a sócia da empresa Sonoar, Renata de Cássia Dias Mansur Silva.

A investigação identificou compras superfaturadas de respiradores; direcionamento na contratação de empresa; lavagem de dinheiro; e montagem de processos para encobrir os crimes praticados com a participação direta de Wilson Lima.

A Polícia Federal chegou a pedir a prisão do governador, mas no despacho que autorizou o cumprimento dos mandados, segundo a TV Globo, o ministro Francisco Falcão negou e afirmou que na decisão “ao menos neste momento”, a prisão de Wilson Lima não se justifica.

No ofício da Procuradoria Geral da República (PGR) sobre os fatos investigados, enviados ao STJ, ela afirma que existem indícios de que uma organização criminosa se instalou no governo do Amazonas para desviar recursos voltados à Covid-19.

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