Com caso sob sigilo, Polícia Legislativa investiga denúncia de Joice Hasselmann

Joice Hasselmann denunciou episódio de agressão no último dia 18 (Reprodução)

Com informações do Estadão

SÃO PAULO (SP) – A Polícia Legislativa (Depol) abriu uma investigação para apurar o que ocorreu com a deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP), que relatou ter acordado ensanguentada, domingo passado, em seu apartamento funcional, em Brasília. A parlamentar apresenta ferimentos e fraturas em seu corpo.

Na sexta-feira, 23, Joice prestou depoimento na Polícia Legislativa, que atua no Congresso Nacional. O Depol é o órgão responsável por cuidar da segurança dos parlamentares. “O Depol está ouvindo pessoas e analisando imagens do circuito fechado de TV do prédio em que a deputada reside”, diz a nota da Câmara. A investigação está sob sigilo.

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Joice afirmou que aguarda a análise imagens de segurança do prédio. Não há, porém, câmeras na parte interna do edifício e nem nas escadas. As únicas imagens disponíveis devem ser das áreas externas. À Depol, Joice relatou suas suspeitas e disse que há tempos recebe ameaças. “A Depol está vasculhando todas as ameaças”, disse a deputada ao Estadão.

Joice disse que funcionários seus já encontraram, em outras épocas, indícios de que pessoas poderiam ter invadido seu apartamento, como “pegadas de coturno militar” no chão de porcelanato branco. Segundo ela, até um maço de cigarros foi encontrado no local. Nem ela, nem seus funcionários fumam, segundo a deputada.

Ela afirmou que ainda tenta entender e explicar o que, de fato, ocorreu em seu apartamento naquela madrugada – de sábado para domingo. Ela, no entanto, guarda desconfianças. “Tenho dois focos de suspeitas bem definidas na política. Foi um ou foi outro, mas eu não posso acusar, ainda”, disse Joice ao Estadão/Broadcast – ela recebeu a reportagem em seu apartamento, cercada de seguranças.

Joice é uma política acostumada a fazer críticas e ataques verbais aos seus adversários. Atualmente, os principais alvos das suas declarações são o atual governo do presidente Jair Bolsonaro, de quem já foi aliada, os defensores do bolsonarismo e até mesmo o seu partido, o PSL, do qual já anunciou sua saída.

Em meio às hipóteses que levanta, Joice afirma que não tem uma noção minimamente clara do que viveu e não descarta nada, inclusive, a possibilidade de ter sido vítima de um acidente.

A deputada classifica como “ridícula” a hipótese de ter sofrido uma agressão do marido. Os hematomas no rosto e os laudos médicos que mostram traumas em diversas partes do seu corpo levantaram suspeitas nas redes sociais, sobre a possibilidade de um caso de violência doméstica. Joice disse estava sozinha com seu marido naquela noite, o neurocirurgião Daniel França.

Na madrugada do ocorrido, Joice afirmou ter tomado um remédio para dormir – Stilnox, medicação que diz estar acostumada a usar. Seu marido, segundo ela, também costuma tomar uma medicação para insônia, um remédio chamado Patz. Entre o local onde França dormia e o closet onde Joice acordou, há um espaço de aproximadamente dez passos.

O casal relata que eles dormiam em quartos separados, um hábito comum entre eles, devido ao ronco do médico. França afirmou que constatou o estado da mulher, depois de ter sido acionado por ela pelo telefone, às 7h05 do domingo, 18.

A reportagem falou com o neurocirurgião, por telefone. “A primeira coisa que eu pensei foi ligar o modo médico ‘on’ e fui tratá-la seguindo todos os protocolos médicos de trauma craniano, que é o que estou treinado para fazer há 20 anos. Fiz tudo o que deveria ser feito do ponto de vista médico e naquele momento não me passou preocupar com causas. Eu tinha de tratar o que estava vendo”, disse França. O médico ligou para Joice durante a entrevista e concordou em responder uma pergunta da reportagem.

“Ele é um lorde. Mais fácil ele tomar uma sova minha do que ele levantar a mão para mim”, disse a parlamentar. Joice está em seu segundo casamento. Ela e França se casaram em 2016. Há fotos do casal em diversos cômodos do apartamento. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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